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A questão preocupa 10 em cada 10 mulheres em idade madura e ainda é permeado por tabus e desconhecimento

Medica ressalta importância da massa muscular frente aos efeitos da menopausa

24/09/2025, às 10:13 · Por Redação

O tema é: menopausa. Muitas chegam a arrepiar só de ouvir essa palavra. E não é para menos. A questão preocupa 10 em cada 10 mulheres em idade madura e ainda é permeado por tabus e desconhecimento. Contudo, a pauta está “quente”, principalmente depois que famosas vieram a público para compartilhar os desafios que esta fase da vida impõe. "Desculpa você que tá em casa, mas dizer 'não' para o Rodrigo Hilbert é uma responsabilidade enorme”, brincou a atriz e apresentadora Fernanda Lima, 48 anos, ao revelar em entrevista como a perda de libido chegou a afetar seu casamento. Assim como Fernanda, Adriane Galisteu, Angélica, Cacau Protássio, Claudia Raia, Fátima Bernandes, Eliana, Luana Piovani e Sandra Annenberg são algumas brasileiras que já quebraram o silêncio sobre o assunto.

Mas é importante frisar: se os efeitos da menopausa são inevitáveis, o sofrimento é opcional. A vanguarda da medicina cada vez mais oferece melhorias nos tratamentos disponíveis às mulheres para garantir um envelhecimento saudável, com mais qualidade de vida. Em busca dessas novidades, a ginecologista goiana Silvia Drumond Noleto (CRM 12039 | RQE 7039) participou de um curso intensivo de quatro dias, realizado de 28 a 31 de agosto em São Paulo (SP), com a renomada médica Sarina Occhipinti, uma das maiores expoentes no tema de reposição hormonal e longevidade feminina. Especialista em reposição hormonal, área pela qual tem grande paixão e tem se dedicado, Silvia voltou com a bagagem cheia de novos conhecimentos. E ela destaca o principal: “A gente precisa envelhecer com músculo. Não tem como ser de outro jeito. Isso é que há de mais novo na teoria da reposição hormonal. Senão, vai ter osteoporose, queda, fraturas e problemas.”

Segundo Silvia, uma constituição corporal dentro de parâmetros saudáveis traz longevidade, melhora da saúde óssea e até maior eficácia dos hormônios com doses menores. Nesse sentido, a ginecologista salienta o papel da atividade física regular, especialmente exercícios de força, como a musculação. “Não é necessariamente ficar musculosa, igual a algumas celebridades. Até porque, é muito difícil chegar nesse estágio, que exige uma dedicação muito grande e treinos intensos quase todos os dias da semana. Mas sim uma prática que garanta à paciente desenvolver força suficiente para garantir autonomia de movimentos e qualidade de vida”, ressalta a médica. “Muitas mulheres ainda têm aquele velho receio de ficar ‘musculosa’. Não vai ficar”, assegura.

Sob controle

Outro aspecto importante é o combate efetivo da obesidade, uma queixa crescente entre mulheres na menopausa. O aumento de casos observados em seu consultório chamou atenção de Silvia. “Mandava para endocrinologista, cardiologista, para tudo e nada resolvia. Senti a necessidade de buscar alguma coisa que ajudasse essas pacientes no ganho de peso na menopausa”, relata. No curso, a especialista se aprofundou na teoria da neuroobesogênese, uma condição que associa inflamações no hipotálamo — induzidas por fatores como excesso de comida, glutamato monossódico e queda de hormônios como estrogênios — ao ganho de peso. “Faz o corpo gastar menos calorias, mesmo a paciente comendo menos. Então, se não desinflamar esse hipotálamo, se não fazê-lo funcionar melhor, não vai dar certo”, afirma Silvia.

Outra ‘bola da vez’ é o Monjaro (Tizepatida). Silvia defende o uso do medicamento que, quando prescrito com acompanhamento sério, potencializa os resultados do emagrecimento de forma segura e eficaz, além de colaborar na manutenção da massa muscular. “É uma medicação fantástica, maravilhosa. Mas há outras opções, de acordo com o poder aquisitivo da paciente. Você consegue emagrecê-la rápido, mas também com o estímulo ao treino, fazendo a reposição hormonal adequada para evitar o reganho de peso”, afirma. 

A intervenção medicamentosa, inclusive, pode se dá por vários meios, como gel transdérmico via vaginal, ou mesmo os famosos implantes, uma vez que a administração oral pode não ser a mais adequada. Cabe ao médico ou médica avaliar, junto à paciente, a melhor estratégia. Por isso, um outro aspecto é fundamental é o neurocomportamental. “É preciso conversar com a paciente. Sempre insisto nisso, e por isso tenho até demorado muito mais na consulta. Sentir a dor da paciente, o que a está incomodando neste momento e aumenta o stress, que faz tudo piorar”, finaliza Sílvia.

Cinco conselhos para quem já entrou ou vai encarar a menopausa: 

1. COMA BEM: Cuide da alimentação, dando preferência a alimentos nutritivos e dieta balanceada.

2. MEXA-SE: Pratique atividade física regularmente, com foco em exercícios que fortaleçam a musculatura.

3. MENTE SANA: Priorize a saúde mental, investindo em momentos de descanso, lazer e apoio psicológico.

4. CONSULTA EM DIA: Faça acompanhamento médico especializado para ajustar tratamentos e monitorar sua evolução.

5. MEDICAÇÃO CORRETA: Invista na reposição hormonal adequada e em estratégias de emagrecimento sustentáveis, unindo mudanças de estilo de vida.


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