Palácio das Artes de Omar Souto abre as portas ao público

O Palácio das Artes, ateliê do artista Omar Souto, no Jardim Novo Mundo, em Goiânia, passa a receber, a partir deste sábado (20/9), visitantes com uma mostra que reúne obras de diferentes fases de sua carreira. A entrada é gratuita. Construído pelo próprio artista na década de 1980, o espaço chama atenção pela torre branca coroada por cúpula que remete à arquitetura indiana, referência presente também em portas, vitrais e janelas.

Souto explica que a construção combina duas de suas paixões: a arte e o trabalho em alvenaria. “Aprendi com meu pai e sempre admirei a arquitetura indiana”, disse em entrevista ao jornal O Popular. A visitação revela ambientes que evocam templos do Oriente, com arcos ornamentados, jardim de palmeiras e escadaria de acesso. “Não é minha casa, mas passo a maior parte do tempo aqui. No fim do dia, volto para o meu lar”, afirma o artista, que separa vida pessoal e atividade criativa.

Esta é a primeira vez que Souto exibe no próprio ateliê uma seleção de trabalhos que cobre do início dos anos 1980 a 2025. A mostra, produzida pelo curador Rodrigo Lima, da 558 Art Show, terá atores caracterizados como personagens de suas pinturas, entre eles lavradores, figuras religiosas e o “pagador de promessas”. “Minha inspiração sempre foi o povo brasileiro e seu cotidiano. A exposição é um reconhecimento do meu trabalho”, comenta.

Souto tem 78 anos e uma trajetória marcada por grandes projetos e episódios de repercussão. É dele o painel “Basta!”, com o rosto de Jesus Cristo no edifício do antigo Banco do Estado de Goiás, no Centro de Goiânia, obra que integra o projeto Galeria Aberta dos anos 1980. Também criou as 14 obras ao longo da GO-060, a Via Sacra que liga Goiânia a Trindade.

Ao abrir o Palácio das Artes ao público, o artista pretende transformar o espaço em ponto de cultura da cidade, com exposições e eventos. “Passei por muitas dificuldades no início da carreira e sei da importância de espaços para mostras e encontros culturais. Abrir o ateliê é o começo de uma nova história”, afirma.

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