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Goiânia, 02/10/25
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Número de doses aplicadas caiu 39% em cinco anos; casos em macacos reforçam necessidade de imunização

Queda na vacinação contra febre amarela acende alerta em Goiânia

16/09/2025, às 08:32 · Por Redação

O número de doses da vacina contra a febre amarela aplicadas em Goiânia diminuiu 39% entre 2020 e 2024. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foram administradas 70 mil doses em 2020, enquanto em 2024 o total caiu para 42,6 mil. A confirmação, na última semana, do primeiro caso de febre amarela em macacos neste ano na capital levou as autoridades a intensificar o apelo para que a população se vacine.

O caso foi registrado na última quinta-feira (11/9). Um macaco da espécie Alouatta caraya, conhecido como guariba ou bugio, foi encontrado morto dois dias antes no Residencial Forteville, no Distrito Sanitário Sudoeste. Outro registro no Zoológico de Goiânia ainda está em investigação. Em todo o Estado, já foram confirmados quatro casos em primatas: dois em Abadia de Goiás, um em Goiânia e um em Guapó. Um caso suspeito em Aragoiânia foi descartado.

Os macacos não transmitem o vírus da febre amarela. Assim como os humanos, também adoecem e funcionam como sentinelas da presença do vírus em circulação. A doença é transmitida pela picada de mosquitos infectados. Em 15% dos casos, pode evoluir com gravidade, levando a insuficiência de órgãos e morte.

A vacina de vírus vivo atenuado é considerada segura e oferece cerca de 95% de proteção, segundo a infectologista Marilia Turchi. O imunizante é indicado para crianças a partir dos 9 meses de idade, com reforço aos 4 anos. Adultos precisam ter pelo menos uma dose ao longo da vida. Pessoas imunossuprimidas, gestantes, lactantes e bebês com menos de 9 meses só devem ser vacinados com orientação médica.

A cobertura vacinal na capital atingiu 66,3% em 2025, após ter ficado em 55,9% no ano anterior, mas ainda está distante da meta de 100% recomendada pelo Ministério da Saúde. O melhor índice da série histórica foi em 2013, com 87,7%.

Enfermeira e assessora técnica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Polyana Braga cita fatores como desconhecimento da doença, fake news, negacionismo e a crença equivocada de que a vacina pode trazer riscos como causas para a queda. “Mas é importante dizer que é uma vacina supersegura”, reforçou ao jornal O Popular.

Para ampliar a imunização, a SMS mantém 68 salas de vacinação em Goiânia. O Centro Municipal de Vacinação e unidades dos bairros Urias Magalhães, Jardim América e Novo Horizonte também funcionam aos fins de semana e feriados.

Quem não tem registro de vacinação deve procurar uma unidade de saúde para conferência do histórico. Caso não haja comprovação, a orientação é revacinar. A cuidadora Sirlene Rodrigues, de 44 anos, decidiu se imunizar ao viajar para Guapó, onde também houve registro da doença em macacos. “Já que tanto aqui quanto lá tiveram casos confirmados”, disse.


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