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Goiânia, 02/10/25
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Deputada Adriana Accorsi e o deputado Rubens Otoni, ambos do PT, elogiaram a decisão e reforçaram que “crimes contra a democracia não podem ser anistiados”

Bancada goiana avalia obstáculos para aprovar anistia ampla

13/09/2025, às 09:27 · Por Redação

A maioria da bancada federal de Goiás no Congresso criticou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas evitou ataques diretos ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo entre os parlamentares que contestam a decisão, a avaliação é que não há clima para aprovação de uma anistia geral aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 nem aos condenados pelo Supremo por tentativa de golpe de Estado.

Deputados federais ouvidos pelo jornal O Popular afirmam que a pressão de apoiadores de Bolsonaro pode influenciar a pauta do Legislativo, mas que a chance maior é a discussão de um projeto alternativo, com alcance limitado. Os bolsonaristas, no entanto, organizam uma ofensiva para aprovar um texto de perdão amplo. O governo federal, contrário à proposta, já avisou que pretende rever indicações para cargos e emendas de quem apoiar a anistia.

O deputado Ismael Alexandrino (PSD) classificou o 8 de janeiro e seus desdobramentos como “um fato lamentável” e defendeu que o país “volte aos trilhos da normalidade”. Para ele, é difícil que a anistia geral prospere e eventual texto de consenso deve evitar confrontos com o STF. Célio Silveira (MDB) também considera improvável que a Câmara vote um perdão irrestrito: “O desejo do PL e do Centrão é a anistia ampla, geral e irrestrita, mas o presidente da Câmara tem falado que não será essa, mas outra, para quem estava ali como massa de manobra e tomou pena acentuada”.

Marussa Boldrin (MDB) acredita que a proposta, de autoria do ex-deputado Vitor Hugo (PL), deve ser alterada: “O debate deve avançar, as penas devem ser revistas, pois há um sentimento de que a dose foi exagerada”. Já José Nelto (PP) afirmou que “decisão da Justiça não se discute” e que a anistia ainda não foi pautada no colégio de líderes.

Entre os que criticaram o julgamento com ataques ao STF estão apenas os deputados Gustavo Gayer (PL), Zacharias Calil (UB) e Magda Mofatto (PRD). Os senadores Wilder Morais (PL) e Vanderlan Cardoso (PSD) classificaram a condenação como “injusta e dolorosa”, mas miraram o governo Lula em suas críticas.

A deputada Adriana Accorsi e o deputado Rubens Otoni, ambos do PT, elogiaram a decisão e reforçaram que “crimes contra a democracia não podem ser anistiados”. A articulação para anistia deve ser discutida na reunião de líderes da Câmara na próxima terça-feira (16), mas o governo pretende usar todos os recursos para evitar que o tema seja levado ao plenário.


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