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Goiânia, 02/10/25
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Corpo será cremado e as cinzas levadas ao Mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL) no Rio de Janeiro

Morre Maria Carmelita Fleury, viúva de Bernardo Élis, aos 92 anos

05/09/2025, às 16:24 · Por Redação

Morreu nesta quinta-feira (4), em Goiânia, Maria Carmelita Fleury, viúva do escritor Bernardo Élis, aos 92 anos. Ela estava internada no Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara e faleceu em decorrência de uma pneumonia. A informação foi confirmada ao POPULR pelo sobrinho, Bento Fleury Curado.

O corpo de Maria Carmelita será cremado, e as cinzas levadas ao Mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, onde também repousa Bernardo Élis, considerado um dos maiores expoentes da literatura goiana e até hoje o único natural de Goiás a ocupar uma cadeira na instituição.

Guardiã da memória literária

Companheira de décadas do escritor, Maria Carmelita dedicou grande parte da vida a preservar e valorizar o legado do marido. Ao lado da família, ela participou de iniciativas de memória, como a manutenção de acervos, doações de obras e apoio a projetos culturais ligados ao nome de Bernardo Élis.

Nos bastidores, era lembrada por amigos e familiares como uma mulher discreta, firme e comprometida com a cultura. Seu papel foi fundamental para manter viva a memória de um autor cuja produção literária deu projeção nacional a Goiás.

O legado de Bernardo Élis

Nascido em Corumbá de Goiás, Bernardo Élis (1915-1997) se destacou como contista, romancista e ensaísta. Autor de obras marcantes, como Veranico de Janeiro e O Tronco, ele retratou em sua literatura o cerrado, a vida sertaneja e as tensões sociais do Centro-Oeste.

Foi o primeiro e único goiano eleito para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira 1, e recebeu importantes prêmios, como o Jabuti e o Machado de Assis, consolidando-se como uma das vozes mais expressivas da literatura regionalista do século 20.

Despedida

Com a morte de Maria Carmelita, familiares e amigos ressaltam não apenas a perda de uma figura querida, mas também de uma guardiã da memória literária de Goiás. A cerimônia de cremação será restrita à família, e posteriormente suas cinzas serão depositadas junto às de Bernardo Élis, no Rio de Janeiro.


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