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Goiânia, 28/11/25
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O tema já havia sido pivô de embate entre Caiado e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em abril, quando relatório do órgão apontou infiltração do PCC em 163 postos de combustíveis em Goiás

Caiado defende acesso dos Estados ao Coaf após operação contra facção em combustíveis

29/08/2025, às 08:59 · Por Redação

O governador Ronaldo Caiado (UB) voltou a cobrar que os Estados tenham acesso direto a informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Segundo ele, esse acesso permitiria “chegar muito mais rápido” a esquemas de fraudes, lavagem de dinheiro e investimentos do narcotráfico em setores da economia.

A declaração foi feita nesta quinta-feira (28), no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia, após Caiado parabenizar a megaoperação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público de São Paulo. A ação cumpriu mandados de busca em distribuidoras de Senador Canedo e em uma usina goiana, investigadas por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Essa foi uma operação financeira, e para os Estados esses dados [do Coaf] são bloqueados. Apenas o governo federal tem acesso. Se tivéssemos, é lógico que conseguiríamos identificar mais rápido quem transforma caixa 2 em impérios imobiliários, industriais, em refinarias ou até investimentos em criptomoedas”, disse o governador.

Disputa política com o governo federal

O tema já havia sido pivô de embate entre Caiado e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em abril, quando relatório do órgão apontou infiltração do PCC em 163 postos de combustíveis em Goiás, número contestado pelo governador, que classificou os dados como “fake news” e “retaliação política”.

Na época, a ministra Gleisi Hoffmann (PT) rebateu Caiado, afirmando que ele deveria agradecer o trabalho do MJSP para proteger a população goiana.

Operação Carbono Oculto

A operação é considerada uma das maiores já realizadas contra o crime organizado no País, com ações em oito estados. O objetivo é desarticular esquemas bilionários de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, adulteração de combustíveis e fraudes fiscais por meio da infiltração do PCC na cadeia de combustíveis.

Caiado destacou que a inteligência policial em Goiás consegue mapear suspeitas de enriquecimento e presença de “laranjas”, mas é barrada na apuração financeira sem acesso ao Coaf. “Por mais que combatamos o narcotráfico, não temos como saber se alguém investiu num posto de gasolina ou numa usina de cana sem prova concreta. E essa prova só pode vir do Coaf”, reforçou.


Ronaldo Caiado Coaf