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Ex-governador Marconi Perillo distorce dados e tenta reescrever seus mandatos em entrevista à CBN Goiânia, mas números oficiais desmentem suas declarações
As sete fake news que Marconi Perillo disse em entrevista à CBN
27/08/2025, às 16:11 · Por Redação
Um festival de fake news e imprecisões. Assim pode-se resumir o teor da entrevista do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) à jornalista Cileide Alves, na CBN Goiânia, dentro do quadro “Na Trilha da Política”, da última segunda-feira (25/08). O tucano, em sua narrativa, tentou passar uma imagem de gestor eficiente e inovador, recorrendo sem pudor a exageros e informações distorcidas sobre os seus quatro mandatos de governador.
Entre as fake News ditas pelo ex-governador, chama a atenção Marconi tentar puxar para si o trabalho de regionalização da saúde em Goiás, creditar aos governos dele a transformação da segurança pública em Goiás e, ainda, distorcer os valores investidos e tentar diminuir a relevância da construção do primeiro hospital público oncológico do estado.
Para relembrar como Marconi deixou a gestão estadual em 2018 e esclarecer os fatos, segue abaixo uma lista com cada uma das informações falsas, distorcidas ou números maquiados. Os temas estão destrinchados ponto a ponto.
1. “A segurança foi ampliada e valorizada”
Entre 2011 e 2018, a taxa de homicídios cresceu 0,5% ao ano, atingindo 47 mortes por 100 mil habitantes, entre os cinco mais violentos do país. Na gestão Caiado, por outro lado, a queda na criminalidade foi recorde. Dentre outras conquistas, Goiás reduziu essa taxa de homicídios em 52%, caindo para 21 homicídios por 100 mil habitantes, abaixo da média nacional – 27 por 100 mil habitantes. Além disso, Goiás reduziu drasticamente todos os principais indicadores criminais.
2. “Nós temos, por exemplo, a construção de um hospital pequeno, que é o Cora, por um valor superior a R$ 2 bilhões e 500 milhões, e a gente não vê nenhuma autoridade tomando providências em relação a essas coisas”
Goiás não dispunha de hospital especializado em tratamento oncológico. O Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás, o Cora, representa uma revolução no tratamento da doença, já sendo considerado um dos maiores e mais modernos hospitais públicos de tratamento do câncer no Brasil. O hospital ocupa uma área de 177 mil metros quadrados. Possui aparelhos modernos e ampla estrutura física, a primeira etapa, que iniciou hoje os atendimentos, teve investimento estadual de R$ 192,7 milhões em obras e R$ 63,2 milhões em equipamentos. O Cora foi concebido, construído e equipado com tecnologia de primeiro mundo, tendo como inspiração o Hospital de Amor, de Barretos (SP), e atendendo a padrões internacionais de excelência em medicina oncológica.
3. “Estou bastante feliz, repito, porque todo o nosso trabalho de entregas, de criação de políticas públicas que transformaram o Estado, políticas como o Vapt-Vupt, os hospitais de urgência, os hospitais regionais…”
A regionalização da saúde é uma das principais marcas da gestão Caiado. Em seis anos, o número de leitos teve um aumento de 124%. Em 2018, o Estado possuía um total de 1.635 leitos de internação de unidade de terapia intensiva (UTI) e de enfermaria, da rede própria ou conveniada. Em 2024, o número saltou para 3.673. Os dados falam por si. No início da gestão estadual, em 2018, a rede pública de saúde contava com 17 hospitais. Em 2025, a população conta com a assistência prestada por 30 hospitais estaduais e por 6 policlínicas, distribuídos em 23 municípios goianos. Entre os hospitais entregues, está o de Águas Lindas, obra iniciada e paralisada na gestão tucana por quase 20 anos.
4. “O nível de empregos era muito elevado”
Segundo Perillo, tinha emprego “em alta” na sua época. Entre 2011 e 2018, o número de pessoas empregadas cresceu meros 230 mil: de 3,1 milhões para 3,33 milhões. E mais: o rendimento médio do trabalhador foi caindo nesse período. Em 2018, os salários em valores reais eram menores do que em 2011. Já no governo Caiado, quase 500 mil postos de trabalho foram criados e o salário médio aumentou de R$ 2.900 para R$ 3.400, superando a média nacional.
5. “Políticas públicas sociais destacadas”
A taxa de pobreza na gestão tucana, na verdade, aumentou. Subiu de 7% em 2012 para 8% em 2018, deixando cerca de 70 mil pessoas a mais na linha da pobreza. Na gestão Caiado, a virada de chave é radical. Essa taxa caiu para 3,9%, retirando mais de 280 mil pessoas da situação de vulnerabilidade. Em 2023, Goiás chegou a sua menor taxa de pobreza de sua história: 1,3% da população está abaixo da linha de pobreza, segundo menor percentual do Brasil, e muito abaixo da média nacional de 4,5%.
6. “Trabalhei duro para industrializar o Estado”
A indústria goiana cresceu, em média, apenas 3,2% entre 2011 e 2018. Um fracasso se comparado ao país, que cresceu em torno de 4,5% no mesmo período. Ao passo que na atual gestão, a indústria de Goiás teve crescimento acumulado 17%, o triplo percentual nacional.
7. “Deixamos o governo com indicadores elevados, o PIB havia crescido 12 vezes”
Marconi leva ao pé da letra a máxima de que, “sob tortura, números dizem qualquer coisa”. A multiplicação por 12 está distante da realidade e não passa de uma retórica, sem descontar a inflação do longo período em que foi governador e sem inserir o percentual do PIB goiano no contexto do PIB brasileiro. Por exemplo, quando Marconi assumiu o governo, em 2011, o PIB de Goiás era de R$ 121 bilhões; ao final de seu mandato, em 2018, subiu para R$ 195,7 bilhões. Um crescimento de 61% em valores nominais. Descontada a inflação, o aumento foi apenas 7,3% em oito anos. De 2019 a 2024, no governo Caiado, o valor saltou de R$ 195,7 bilhões para R$ 377 bilhões. Um crescimento nominal de 93%. Em termos reais, descontada a inflação, o Estado cresceu 39%.
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