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Goiânia, 28/11/25
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Após assinar os dois primeiros contratos do novo modelo de parceria com o governo de Goiás, instituto quer assumir mais cinco trechos de rodovias; apenas quatro empreiteiras disputaram as primeiras licitações

Ifag pede aditivo e deve chegar a 12 obras, somando R$ 1,5 bilhão

20/08/2025, às 17:15 · Por Redação

O Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) deve ampliar sua participação no programa estadual de pavimentação de rodovias. Prestes a assinar os dois primeiros contratos dentro do novo modelo de parceria com o governo, a entidade solicitou um aditivo para assumir mais cinco trechos, totalizando 12 obras e cerca de R$ 1,5 bilhão em investimentos.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (19), durante evento na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), quando também foi confirmado que as primeiras obras começam em setembro.

Um mês após o lançamento do edital, os dois primeiros contratos estão prontos para assinatura. A Construtora Caiapó venceu a disputa pela pavimentação da GO-180, com proposta de R$ 138,57 milhões. Já a Centro Leste (CCL) ficará responsável por um trecho da GO-178, ao custo de R$ 130,28 milhões.

Apesar do pré-credenciamento de 70 empresas pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), apenas quatro construtoras participaram efetivamente das duas seleções. Representantes do governo e do Ifag atribuíram o baixo interesse à cautela do mercado diante da novidade do modelo, que privilegia proposta técnica em vez de preço.

O presidente da Goinfra, Pedro Sales, defendeu a rapidez do processo – cerca de um mês até a assinatura, contra média de cinco meses em licitações tradicionais – e negou intenção de “driblar” a Lei de Licitações.

“O País querendo duplicar obras, com dinheiro em caixa, não pode ficar amarrado. Buscamos mecanismos previstos em lei para agilizar as entregas”, afirmou.

Já o presidente do Ifag, Armando Rollemberg, destacou a agilidade entre a assinatura do termo de colaboração com o Estado, em 23 de junho, e a execução. Segundo ele, a entidade já prepara editais para a GO-147 e a GO-461, enquanto outros três trechos aguardam lançamento.

Antes mesmo de iniciar as sete obras já previstas no termo de colaboração, o Ifag solicitou aditivo para incluir mais cinco trechos, que somam 116,6 quilômetros. A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) estima custo de R$ 280 milhões, mas o Ifag fala em R$ 400 milhões.

A parceria entre o Estado e o Ifag nasceu como alternativa para destravar a aplicação dos recursos da taxa do agro, que já arrecadou R$ 2,4 bilhões para o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). O governo argumenta que nenhuma outra entidade demonstrou interesse, mas enfrenta críticas da oposição e do Ministério Público.

A promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira chegou a recomendar que o Estado não firmasse o termo de colaboração, alegando “burla ao processo licitatório” e tentativa de privatização de obras públicas. Mesmo assim, a gestão decidiu avançar.

Fundado em 2016 por Faeg, Senar-GO e Aprosoja-GO, o Ifag é presidido por Rollemberg, ex-superintendente da Secretaria de Agricultura no início da gestão Caiado. Durante o evento, Pedro Sales exaltou o papel político do ex-deputado José Mário Schreiner, presidente da Faeg e aliado de Caiado.

O Ifag foi cobrado por atrasos na divulgação de informações das seleções. Após críticas, comprometeu-se a lançar um novo portal de transparência, que, segundo Rollemberg, trará dados acessíveis ao público e evitará “tecniquês”.


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