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Única goiana dentro dos 12% de mulheres na lista
Flávia Morais está entre os 100 parlamentares mais influentes da Câmara
18/08/2025, às 09:03 · Por Redação
A presença feminina segue restrita nos espaços de maior poder da Câmara dos Deputados. Segundo o Índice de Influência Parlamentar (IFI), apenas 12% dos parlamentares mais influentes do biênio 2025-2026 são mulheres — número inferior à própria composição da bancada feminina, que representa 18% do total de cadeiras na Casa. Dentre as 12 deputadas, há uma de Goiás: Flávia Morais (PDT).
A influência, de acordo com o levantamento, está concentrada principalmente em deputados homens de partidos do Centrão, como PP, PL, União Brasil e Republicanos. Já entre as mulheres, a distribuição é mais plural, com representantes tanto da direita quanto da esquerda: PL e PSOL aparecem com três nomes cada, seguidos por Novo, PCdoB, PDT, PSD, PT e União Brasil, com uma parlamentar cada.
O relatório foi divulgado nesta quinta-feira, 14, pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Representação e Legitimidade Democrática (INCT-ReDem) em parceria com o Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB).
Diversidade entre as mulheres
Apesar da baixa presença numérica, o estudo destaca a diversidade geracional, regional e ideológica entre as mulheres que figuram no ranking. Há desde jovens deputadas, como Yandra Moura (União-SE), Chris Tonietto (PL-RJ), Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG), todas com 35 anos ou menos, até veteranas, como Benedita da Silva (PT-RJ), de 83 anos.
“Ainda que a participação feminina no top 100 seja pequena, a diversidade ideológica, geracional e regional entre essas mulheres é significativa”, analisa Maiane Bittencourt, cientista política e pesquisadora da UFPR, uma das autoras do estudo. Ela também destacou o protagonismo de parlamentares indígenas e de esquerda em relatorias estratégicas, o que, segundo a pesquisadora, pode indicar novos padrões de inserção institucional, ainda que discretos.
Como é medido o índice
O IFI avalia os 513 deputados com base em três critérios principais:
Concentração de poder: cargos que permitem forte influência nas decisões;
Liderança unitária: funções que só podem ser ocupadas por uma pessoa por vez;
Duração: cargos que não são temporários.
As notas são atribuídas considerando presidência da Mesa Diretora ou de comissões, relatorias de projetos relevantes e liderança partidária — incluindo ocupações em legislaturas anteriores, desde 1999. A partir disso, os pesquisadores aplicam uma média ponderada, numa escala de 0 a 10, para calcular o potencial de influência de cada parlamentar.
Importância estratégica
Para Bittencourt, o índice permite enxergar além dos indicadores tradicionais, como número de proposições apresentadas ou presença em plenário. “Ao mensurar, com base empírica, a ocupação de cargos estratégicos, ele traduz uma dimensão muitas vezes invisível, mas determinante, da política legislativa: quem tem acesso aos mecanismos decisórios”, afirma.
Segundo ela, o IFI pode servir como insumo estratégico para gestores públicos, sociedade civil e imprensa. “Ele oferece uma fotografia detalhada de quem tem poder decisório dentro da Câmara, permitindo identificar quais parlamentares têm maior capacidade de pautar, travar ou acelerar agendas legislativas”, completa.
Flávia Moraes Mais Influentes