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Seis imóveis históricos estão no centro de divergências sobre prazos, critérios técnicos e alegações de uso político
Governo de Goiás e Iphan ampliam impasse sobre obras em prédios tombados
15/08/2025, às 16:38 · Por Redação
O conflito entre o governo de Goiás e a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Estado ganhou novos capítulos e agora envolve seis prédios tombados. As divergências giram em torno da análise de projetos e autorizações para obras de revitalização, com acusações de uso político por parte do governo estadual e defesa de critérios técnicos pelo órgão federal.
Entre os imóveis em disputa estão o Museu Zoroastro Artiaga e a sede da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), ambos na Praça Cívica, em Goiânia. O primeiro teve sua estrutura afetada durante a construção do BRT Norte-Sul e, segundo o Estado, corre risco de novos danos com a passagem de ônibus pesados. O Iphan afirma que as obras do BRT foram monitoradas e adaptadas para reduzir impactos, e que não há registros formais de queixas recentes.
No caso da PGE, a reforma está parada devido à necessidade de remover uma gameleira que prejudica a drenagem e o telhado do prédio. O governo alega demora na análise do pedido, enquanto o Iphan afirma ter respondido em sete dias e que aguarda documentos complementares da gestão estadual.
Outro ponto sensível é o Cavalhódromo de Pirenópolis, localizado em área tombada. A Secult Goiás propõe ampliar a ocupação do espaço para eventos esportivos e culturais, mas o projeto ultrapassa limites estabelecidos pela Portaria nº 02/1995. O Iphan sustenta que só revisará as regras em 2026, com novas normas a partir de 2027.
A lista de impasses inclui ainda a Igreja da Boa Morte, na Cidade de Goiás, que está com estrutura comprometida. A propriedade pertence à Diocese e é gerida junto ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O Estado se ofereceu para executar a obra, mas o Ibram recusou alegando falta de recursos. O Iphan afirma não ser responsável pela gestão, mas se colocou à disposição para articulação técnica.
A secretária de Cultura de Goiás, Yara Nunes, admite que há diálogo com técnicos do Iphan, mas critica a “inércia” da superintendência local e a morosidade nos processos. Já o superintendente Gilvane Felipe reforça que as análises seguem trâmites legais e prazos previstos em norma.
O governador Ronaldo Caiado, pré-candidato à Presidência, já associou as divergências a motivações políticas, acentuando o tom do debate que, até o momento, segue sem solução prática para as obras paralisadas.
Governo de Goiás Iphan

