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Ex-ministro Cristovam Buarque defende manutenção da chapa Lula-Alckmin e aponta que esquerda perdeu capacidade de inspirar eleitores
Cristovam Buarque confirma federação entre Cidadania e PSB e prevê apoio a Lula em 2026
15/08/2025, às 09:48 · Por Redação
O ex-ministro da Educação, ex-senador e ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, afirmou nesta quinta-feira, 14, em Goiânia, que o Cidadania deve formalizar nos próximos meses uma federação com o PSB e, muito provavelmente, apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. A declaração foi dada antes de participar do Congresso Municipal do partido e do lançamento de seu novo livro.
“Hoje eu desejo que seja o Lula, quando comparo com as outras alternativas que nós temos”, disse, acrescentando que a aliança com o PSB é “o caminho natural” e que a maioria dos dirigentes já apoia a composição, apesar de existirem vozes divergentes, inclusive simpatizantes do bolsonarismo. “Vamos ter que respeitar e ouvi-los também”, afirmou.
Buarque também defendeu a manutenção da chapa presidencial atual. “Tenho a maior simpatia pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Não acharia ruim que ele fosse até candidato a presidente, se o Lula decidir se retirar”, disse.
Crise
O ex-ministro avaliou que a centro-esquerda perdeu capacidade de mobilização e que o crescimento da ultradireita se deve à frustração com as propostas progressistas. “As pessoas não vão para a direita porque nasceram assim. É uma frustração com os outros discursos. Nós deixamos de inspirar o eleitor, sobretudo a juventude”, afirmou.
Ele apontou três fragilidades centrais: afastamento da moral religiosa popular, dificuldade em competir com a direita no uso das redes sociais e falta de um projeto mobilizador de longo prazo. “Misturamos política com religião, como se para ser de esquerda fosse preciso ser ateu ou defender pautas que chocam parte da população”, disse.
Educação
Fiel à sua trajetória, Buarque defendeu mudanças estruturais na educação básica, com escolas-modelo sob gestão federal, e criticou o foco do governo no ensino superior. Sobre o modelo cívico-militar, afirmou: “O apelo não é do Caiado, é dos pais. Não conseguimos fazer as escolas tão boas. O diferencial ali é a disciplina e precisamos recuperá-la na rede pública comum”.
No cenário presidencial, afirmou que o governador Ronaldo Caiado (UB) tem “toda legitimidade” para disputar, mas enfrenta dificuldade de obter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Mesmo preso, talvez até mais forte preso, Bolsonaro ainda é o único nome que unifica a direita”, avaliou.
Buarque considerou Lula favorito para 2026, mas defendeu que o presidente adote um projeto de impacto na educação básica como marca de campanha. “O Brasil está tão cansado de homeopatas que talvez queira agora um ortopedista”, disse, em referência à formação médica de Caiado.
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