Coluna do Pablo Kossa: Hugo Motta precisa aprender com Lira e Alcolumbre

Hugo Motta vai precisar comer muito feijão pra recuperar alguma moral depois do que assistimos embasbacados essa semana. O presidente da Câmara dos Deputados sofreu uma humilhação de proporções colossais. Ou ele bota pra moer pesado em cima de quem tripudiou sua honra ou é melhor seguir o conselho de Raul Gil: pegue seu banquinho e saia de mansinho.

 

O exercício do poder não permite tergiversação. Negociar é o verbo protagonista do fazer político, por óbvio. Que se converse, que se alinhe, que se debata. Mas depois de decisão tomada, aquele que detém o poder precisa fazer valer o que foi acertado.

 

O paraibano hesitou. Nisso, os cães bolsonaristas farejaram o medo do presidente e partiram pra cima. Marcel van Hatten sambou na cara de Motta que não se impôs. Uma vergonha.

 

Você imagina o gaúcho do Novo fazendo algo assim se fosse na presidência do Arthur Lira? Pois é...

 

No Senado, o bolsonarismo também armou seu circo golpista. Mas lá não teve papinho, não teve abertura para conversinha mole. Davi Alcolumbre se posicionou com firmeza e disse que não abriria mão de suas prerrogativas de presidente. Traçou uma linha no chão e deixou claro que quem a cruzasse sofreria consequências. Como bolsonarista é golpista mas não é trouxa, os senadores amotinados arregraram.

 

Alcolumbre e Lira devem servir de inspiração para Motta se ele ainda deseja beber café quente no restante de sua presidência. Ou pune alguns deputados do motim como exemplo, ou está fadado a mais e mais desmoralizações.

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