Eleição para presidência da Câmara de Goiânia fica para 2026 após recuo por temor jurídico

A escolha do próximo presidente da Câmara Municipal de Goiânia só ocorrerá em 2026. A decisão de não antecipar o pleito, que definirá o comando da Casa no segundo biênio da atual legislatura (2025–2026), foi tomada após avaliação jurídica que apontou riscos de inconstitucionalidade. O entendimento predominante entre os vereadores é de que a votação deve ser realizada entre janeiro e abril do próximo ano, com tendência para o final de abril, segundo fontes do Legislativo.

Durante o primeiro semestre de 2025, houve discussões internas sobre a possibilidade de antecipar a eleição da Mesa Diretora. No entanto, a proposta perdeu força diante da possibilidade de questionamentos judiciais. O receio era de que a medida violasse a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e comprometesse a validade do processo.

Segundo o advogado eleitoral Vitor Hugo dos Santos, a jurisprudência da Corte é clara quanto ao limite temporal para a realização da eleição. “A norma municipal que prevê a realização dessas eleições muito antes do início da segunda legislatura é inconstitucional”, afirmou ao portal Folha Z. Ele citou como base a decisão do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7.733/DF, relatada pelo ministro Gilmar Mendes. “Na decisão, os ministros estabeleceram que a eleição só pode ser realizada a partir de outubro do ano anterior ao biênio correspondente ao pleito”, completou.

Apesar da postergação, os movimentos internos já começaram. Pelo menos quatro vereadores despontam como possíveis candidatos à presidência da Câmara: Ronilson Reis (Solidariedade), Henrique Alves (MDB), Thialu Guiotti (Avante) e Geverson Abel (Republicanos). As articulações, ainda discretas, devem se intensificar nos próximos meses, com negociações dentro e fora do plenário. A atual presidência da Casa está sob comando de Romário Policarpo (PRD), que cumpre seu segundo mandato consecutivo à frente do Legislativo goianiense.

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