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Vereadores aliados defendem autonomia ao prefeito para alterar obras previstas, enquanto oposição cobra transparência e lembra posição do MP-GO
Base de Mabel cita “credibilidade” ao apoiar mudança no uso de empréstimo de R$ 710 milhões
09/07/2025, às 11:09 · Por Redação
Vereadores da base do prefeito Sandro Mabel (UB) em Goiânia defendem que a “credibilidade” do gestor justifica a aprovação de projeto que amplia a autonomia do Executivo para decidir o destino do empréstimo de R$ 710 milhões contratado junto ao Banco do Brasil. A proposta, em tramitação na Câmara Municipal, retira a obrigatoriedade de aplicar os recursos exclusivamente nas obras listadas no anexo da lei original.
O novo texto prevê que os valores possam ser utilizados em serviços e obras de infraestrutura urbana, saúde, educação, mobilidade, construção civil e modernização da gestão, conforme as necessidades identificadas pela atual administração.
Voto de confiança
Para o líder do governo, vereador Igor Franco (MDB), Mabel tem “credibilidade” para conduzir a aplicação do recurso. “O Sandro é gestor. Confio 100% na gestão dele. Cabe ao Legislativo fiscalizar, mas a Prefeitura precisa ter autonomia para definir o destino da verba”, afirmou. O vereador Lucas Kitão (UB), que antes se opôs ao empréstimo na gestão de Rogério Cruz (SD), agora defende a mudança. “A credibilidade é outra. Precisamos evitar desperdício de dinheiro e aplicar os recursos onde realmente são necessários”, disse.
Vereadores como Anselmo Pereira (MDB) e Denício Trindade (UB) também manifestaram apoio à matéria. “Quando começa uma administração nova, começa com mais esperança, credibilidade e entusiasmo”, afirmou Anselmo. Já Denício justificou que, durante a gestão passada, o cenário político era conturbado, o que motivou cobranças mais rígidas. “Agora temos que dar esse voto de confiança ao prefeito”, declarou.
Argumentos da gestão
O Paço argumenta que existem obras previstas na lei anterior que não precisam ser executadas conforme detalhadas, como casos em que seria mais eficiente realizar recapeamento, em vez de refazer toda a pavimentação de vias. A justificativa é otimizar o uso do recurso e evitar gastos desnecessários.
A matéria já foi encaminhada para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), mas, segundo o presidente da comissão, vereador Luan Alves (MDB), o projeto só será discutido após o recesso parlamentar, que começa em 11 de julho, com retorno das sessões ordinárias em 5 de agosto. Luan destacou que a proposta contraria recomendações feitas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) quando a lei original foi aprovada, em 2024, exigindo a vinculação do empréstimo às obras específicas.
Cobrança por transparência
Na oposição, as vereadoras Kátia Maria (PT) e Aava Santiago (PSDB) mantêm o posicionamento crítico ao projeto. Kátia afirmou que vê com preocupação a tentativa do Executivo de obter autonomia total sobre os recursos. “Essa movimentação do prefeito só mostra que ele não acompanhou a história do empréstimo ou quer mais um cheque em branco”, criticou, ressaltando a corresponsabilidade da Câmara caso o projeto seja aprovado.
Aava pontuou que houve uma ampla cobrança por transparência na gestão de Cruz, inclusive por parte de vereadores que agora apoiam a flexibilização. “Não seria honesto ter uma postura firme diante de uma gestão e adotar conivência diante de outra”, declarou, cobrando da Prefeitura a apresentação de um balanço atualizado sobre quanto já foi recebido e aplicado do empréstimo.
O vereador Fabrício Rosa (PT) também questionou a falta de clareza sobre os destinos do recurso. “É preciso transparência para que a sociedade saiba exatamente onde o dinheiro será investido”, defendeu.
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