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Goiás inicia cirurgias corretivas para deformidades torácicas no HGG; procedimentos para tratar “peito de sapateiro” e “peito de pombo” são ofertados exclusivamente na rede pública
Goiás inicia cirurgias corretivas para deformidades torácicas no HGG
09/07/2025, às 10:07 · Por Redação
O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), em Goiânia, passou a realizar cirurgias corretivas para pacientes com deformidades congênitas da parede torácica, conhecidas popularmente como “peito de sapateiro” (pectus excavatum) e “peito de pombo” (pectus carinatum). A unidade é, atualmente, a única no estado – tanto na rede pública quanto na privada – habilitada para realizar os procedimentos.
As duas condições, causadas pelo crescimento anormal das cartilagens do tórax, afetam uma parcela significativa da população: o pectus excavatum atinge cerca de 1,2%, enquanto o pectus carinatum ocorre em aproximadamente 0,6%. Desde março deste ano, cinco pacientes já foram operados no HGG utilizando a técnica minimamente invasiva, e a expectativa é que esse número aumente com a regulação de novos casos via atenção primária.
O chefe do Serviço de Cirurgia Torácica do HGG, Miguel Angel Corrales, explica que a técnica empregada consiste na introdução de barras metálicas na região do tórax, com o objetivo de corrigir a deformidade por dentro do corpo. “As barras afundam ou empurram o tórax, dependendo do tipo de anomalia. O paciente permanece com elas por três anos, e depois são retiradas em nova cirurgia”, detalhou ao jornal O Popular.
O novo método, além de menos invasivo, oferece vantagens importantes: enquanto a cirurgia tradicional exige uma grande incisão e pode durar até oito horas, a versão moderna leva entre 1h30 e 2h, com menor trauma cirúrgico e recuperação mais rápida. “O resultado estético também é muito superior, já que as cicatrizes são pequenas”, acrescentou Corrales.
O desenvolvimento e implantação do procedimento em Goiás contou com a colaboração do cirurgião torácico Miguel Tedde, do Instituto do Coração (Incor) da Universidade de São Paulo (USP). Ele foi um dos responsáveis pela criação da barra corretiva utilizada, que possui um sistema de travamento que evita o giro acidental e reduz o risco de complicações, como perfurações cardíacas.
Voltado principalmente para pacientes entre 14 e 22 anos, o procedimento vai além da estética. Em alguns casos, o crescimento ósseo anormal pode comprimir órgãos vitais e comprometer a saúde respiratória e cardiovascular do paciente.
Esse foi o caso do estudante Asafe Lourenço Lucas, de 19 anos. Diagnosticado com pectus carinatum ainda em 2020, ele foi encaminhado a partir de uma Unidade Básica de Saúde para acompanhamento no HGG. A cirurgia foi realizada em março deste ano. “Ele está aliviado. Era algo que mexia muito com a autoestima dele”, contou a mãe, Elza Lourenço dos Santos ao jornal O Popular. “Foram 12 dias de internação, mas hoje ele está bem”.
Após o procedimento, os pacientes seguem em acompanhamento no próprio HGG até o momento da retirada das barras metálicas, garantindo um cuidado integral durante todo o processo de reabilitação.
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