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Influenza A responde por 74% das mortes por SRAG em 2025; Governo de Goiás amplia leitos hospitalares e reforça ações diante de mais de 6,7 mil casos no estado
Influenza A responde por 74% das mortes por SRAG em 2025; Goiânia entra em estado de alerta
07/07/2025, às 10:19 · Por Redação
A influenza A é atualmente a principal causa de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil em 2025, segundo aponta o mais recente Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A análise revela que 74,1% dos óbitos por SRAG registrados nas últimas quatro semanas epidemiológicas estão relacionados ao vírus.
Em Goiás, o avanço da doença levou o governo estadual a decretar situação de emergência em saúde pública, no dia 30 de junho, após sete semanas consecutivas com índices de SRAG acima da média. O estado já contabiliza 6.743 casos da síndrome neste ano, sendo 1.117 causados por influenza, 1.486 por vírus sincicial respiratório (VSR), 680 por rinovírus e 306 por Covid-19.
Goiânia está entre as quatro capitais brasileiras com nível de alerta elevado para SRAG, junto a Aracaju, Maceió e Porto Velho. Nessas cidades, os dados indicam tendência de crescimento das infecções respiratórias. A alta na demanda pressiona a rede hospitalar. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), o número de solicitações de internação por SRAG subiu 33,27% entre janeiro e junho, comparado ao mesmo período de 2024 — foram 10.676 pedidos neste ano contra 8.011 no anterior. Em maio, os pedidos de internação chegaram a 2.406, ante 1.767 em maio do ano passado.
Com o decreto de emergência, o governo estadual autorizou a criação imediata de leitos específicos para pacientes com SRAG, medida considerada essencial para desafogar UTIs e unidades clínicas do SUS e da rede conveniada. Segundo o InfoGripe, os vírus mais comuns nos casos de SRAG foram VSR (47,7%), influenza A (33,4%), rinovírus (20,6%), Sars-CoV-2 (1,8%) e influenza B (1,1%). No total, o Brasil já soma 119.212 notificações da síndrome em 2025, sendo 61.964 com confirmação laboratorial.
A pesquisadora Tatiana Portella, da Fiocruz, reforça a importância da vacinação. “Mesmo quem já teve gripe neste ano deve se vacinar, pois a vacina protege contra os principais tipos de vírus da influenza que circulam em humanos”, afirmou. Apesar da liberação da vacina para toda a população acima de seis meses, a cobertura vacinal em Goiás segue baixa: 38,96%, com 1,49 milhão de doses aplicadas. A média nacional é de 42,03%. No ano passado, o estado alcançou 48,74% entre os grupos prioritários.
Especialistas alertam que a baixa adesão à vacina amplia o risco de agravamento da doença, sobretudo entre idosos e crianças. Dos 6.743 casos em Goiás, 2.654 são de menores de dois anos, seguidos por 754 entre 2 e 4 anos, e 659 entre 5 e 9 anos. Já entre idosos com mais de 60 anos, foram 1.414 registros. Dos 402 óbitos no estado, 256 foram de idosos e 40 de crianças com menos de dois anos.
Para acompanhar a evolução dos casos, a SES-GO criou em maio uma Sala de Situação de Doenças Respiratórias, com reuniões semanais entre técnicos e gestores. O objetivo é monitorar em tempo real a situação no estado e orientar os municípios nas ações de resposta.
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