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Hebert Ribeiro Araújo concedeu entrevista ao Jornal O Popular, onde falou sobre os problemas que levaram ao pedido de recuperação judicial
Grupo Barão aposta em recuperação judicial para reestruturar operações e manter tradição no varejo goiano
03/07/2025, às 15:32 · Por Redação
Após enfrentar uma série de dificuldades que resultaram em rupturas de estoque, fechamento de lojas e demissões de funcionários, o Grupo Barão iniciou oficialmente seu processo de recuperação judicial. A medida explicada em entrevista ao Jornal O Popular pelo CEO e sócio majoritário da rede Super Barão e do Bão Atacarejo, Hebert Ribeiro Araújo, é fruto de um planejamento técnico e estratégico com o objetivo de preservar a operação da companhia e garantir sua sustentabilidade a longo prazo.
Com uma dívida estimada em R$ 110 milhões, a empresa trabalha agora na elaboração do plano de recuperação, que deverá ser apresentado em breve para aprovação dos credores. A expectativa da direção é de que, com o apoio de fornecedores e a reestruturação financeira, a companhia volte a crescer e fortalecer sua atuação no mercado goiano.
“Já estamos reabastecendo nossas lojas e contamos com o apoio dos fornecedores para seguir nesse processo. O Grupo Barão tem 33 anos de história, 11 lojas em operação e mais de 800 colaboradores. Acreditamos no nosso potencial e na força da nossa marca”, afirmou Araújo.
Pandemia e cenário econômico agravaram crise
Segundo o CEO, a principal origem dos problemas enfrentados pelo grupo remonta à pandemia da Covid-19, que desencadeou uma série de impactos duradouros no setor varejista. Entre eles, o aumento da inflação dos alimentos e a elevação das taxas de juros, que pressionaram ainda mais os custos operacionais de um setor já marcado por margens de lucro reduzidas.
“Desde a pandemia, a inflação dos produtos alimentícios nunca mais voltou ao patamar anterior. E, mais recentemente, o aumento expressivo da taxa Selic comprometeu severamente o caixa da companhia, o que nos levou a buscar soluções antes que a situação se agravasse ainda mais”, explicou Araújo.
Decisão estratégica e amparada por especialistas
A opção pela recuperação judicial, de acordo com Araújo, foi tomada após um longo processo de análise, com o apoio de consultorias contábil e jurídica. O grupo chegou a considerar outras alternativas, como parcerias e reestruturações internas, mas concluiu que a RJ seria o caminho mais viável para preservar a operação e os empregos gerados pela empresa.
“O empresário precisa estar atento aos sinais do negócio. Desde o ano passado, quando vimos a taxa de juros subir, começamos a nos preparar para um cenário adverso. A recuperação judicial foi uma decisão muito bem estudada. É um passo necessário para garantir a continuidade de uma empresa que é sólida, com uma trajetória de mais de três décadas”, destacou.
Com a medida, o Grupo Barão pretende não apenas superar o momento de crise, mas também se reposicionar estrategicamente no mercado, com foco na retomada do crescimento e na geração de empregos em Goiás.
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