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Goiânia, 28/11/25
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Foto: Lailson Damásio

Wilder não colocou o bloco na rua. Não articula, não reúne, não agrega

Coluna do Pablo Kossa: Alguém bota fé de verdade na candidatura de Wilder ao Governo?

02/07/2025, às 14:38 · Por Pablo Kossa

Wilder Morais é um cara de sorte. Dono de construtora e muito rico, o acaso o colocou no Senado. E não foi só uma vez. Na primeira ocasião, era suplente de Demóstenes Torres quando este caiu em desgraça e perdeu o mandato. Assim Wilder se tornou representante de Goiás na casa do carpete azul por sete anos. Na segunda, quando havia uma profusão de candidatos fortes na base caiadista dividida e Marconi Perillo correndo por fora, Wilder colou em Jair Bolsonaro e conseguiu ser eleito graças à força do bolsonarismo goiano. Como eu disse, um baita sujeito de sorte.

Agora, não é prudente contar com a força do acaso em todas circunstâncias. E me parece que o sonho de ser governador de Goiás é demais até pra alguém com a sorte de Wilder. Pelas movimentações tímidas até aqui, parece que nem o próprio bota muita fé nessa história.

Creio que em seu íntimo ele mesmo acredita que já chegou longe demais. Talvez sofra da tal síndrome do impostor, não sei.

Na última segunda-feira, em Goiânia, Valdemar Costa Neto fez um discurso que, olha... Deu até uma pontinha de constrangimento. O presidente do PL disse que Wilder é “habilidoso, elegante, um orgulho para o partido”. Faltou só completar com “tem cabelos sedosos e bigode cheiroso”. Disse ainda, diante de um auditório bolsonarista, que “com ele no Governo de Goiás, o estado vai ficar ainda melhor”. Um afago, é claro, mas tão genérico quanto dizer que o sol brilha em Goiânia.

 

Vamos bater a real: a chance de verdade de Wilder habitar o Palácio das Esmeraldas é contar com a benção de Bolsonaro e Caiado. Fora isso, aparenta devaneio. Esse apoio duplo só aconteceria na hipótese de um racha entre o governador e Daniel Vilela – algo que não está no horizonte.

 

Wilder não colocou o bloco na rua. Não articula, não reúne, não agrega. Ou não quer, ou não acredita na sua candidatura. E não sei qual das duas é pior para um projeto. A tal “pré-campanha discreta” soa como um eufemismo para “vamos ver se cola”.

 

Não vejo em Wilder o ímpeto que o Major Vitor Hugo teve em 2022 quando enfrentou a poderosa máquina caiadista.

 

Se não tiver sede para ocupar cargo de tamanho destaque, não vai. Não percebo firmeza no propósito de Wilder. Ele titubeia até mesmo quando pega o microfone nos eventos do PL. E não tem elogio de Valdemar capaz de mudar isso.


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