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Goiânia, 29/05/24
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O pesquisador despertou o interesse por questões ambientais no mestrado com estudo sobre queimadas no Cerrado, justamente o que chamou a atenção da NASA

Previsão do tempo criada por goiano será utilizada pela NASA

27/01/2020, às 08:40 · Por Pedro Lopes

Cientista goiano é responsável por coordenar equipe que desenvolve estudo com avanços significativos na confiabilidade da previsão do tempo no mundo. Ele colabora com a Agência Espacial Norte-Americana (NASA), há quatro anos, e o modelo desenvolvido valerá a partir do dia 30 em todas as operações oficiais espalhadas pelo mundo.

Saulo Freitas Ribeiro, formado em Física pela Universidade Federal de Goiás (UFG),  mora nos Estados Unidos desde 2016, para onde se mudou quando houve interesse da Nasa em pesquisas desenvolvida por ele. Depois dos anos de estudos para desenvolvimento deste modelo, sendo um deles de testes rigorosos feitos pela empresa americana, o pesquisador veio para o Brasil repassar informações para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde trabalha.

A intenção é trazer esta novidade para ser implantada aqui. Saulo explica que o modelo criado por ele e desenvolvido em conjunto com mais três cientistas é baseado em leis de física. “Não tem bola de cristal. A gente sabe quais são as leis da física pelas quais a atmosfera é regida e sabemos quais leis que comprovam a mudança da atmosfera no tempo. São basicamente as leis da física clássica, como a segunda lei de Newton, leis de conservação de matéria e de energia.”

O pesquisador diz que, na prática, os pesquisadores usam essas leis para tentar encontrar, usando um supercomputador, as características que demonstram como o tempo e a atmosfera vão mudar. “Se soubermos como a atmosfera está agora, aplicamos essas leis e podemos saber como ela estará daqui uma hora, uma semana, na próxima estação”, diz.

Com as informações obtidas com as fórmulas, o cientista explica que é possível deduzir se vai chover, qual será a quantidade de chuva, qual será a temperatura, umidade, entre outras informações relevantes e importantes. Saulo explica que seu trabalho foi introduzir no modelo que a Nasa já utilizada uma espécie de atualização. É um método mais avançado com representação maior da física das nuvens e, portanto, na representação da formação de chuva. “Esse avanço causou melhora na previsibilidade da atmosfera usando o próprio modelo que a Nasa já utilizava, mas deixando mais completo.”

Esse novo componente global deverá ser usado em todo o mundo, o que é um destaque para a pesquisa nacional, na opinião do cientista, que recusa méritos. “É um trabalho de um grupo, que tem feito seu trabalho. Na virada do ano tivemos a notícia de que o modelo implementado nessa colaboração entre a NASA e o INPE  produziu avanços e que a empresa americana vai abandonar o modelo antigo e usar o nosso a partir de agora. Depois de finalizar essa colaboração, queremos trazer esse avanço em pesquisa espacial para o Brasil.” Antes de seguir para São Paulo, onde deverá repassar as informações obtidas na pesquisa, o pesquisador passou em Goiânia para visitar a mãe, descansar e matar a saudade de coisas da cidade, como o pequi e a carne de porco. Saulo ainda fica no Brasil até o final de março e retorna para os Estados Unidos, onde deve permanecer mais um ano e meio no programa de colaboração entre os dois países.

Ele entende que existe a necessidade da sociedade civil discutir e planejar mudanças no sentido de reduzir as causas das mudanças climáticas, como a emissão de gases de efeito estufa, processos de industrialização, transporte, queimadas, que acabam trazendo o aquecimento global e eventos extremos em consequência. O goiano coordenador da pesquisa também estudou em outros estados, como Pernambuco e São Paulo e optou no mestrado, por questões ambientais em que sua maior motivação foram as queimadas no Cerrado, justamente o que chamou a atenção da Nasa com o monitoramento de emissões de fumaça.


NASA Saulo Freitas Ribeiro UFG Previsão do Tempo,
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