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Secretário de Estado da Saúde, Rasivel dos Santos, defende urgência na imunização e critica desinformação que compromete cobertura vacinal e sobrecarrega o sistema de saúde
Secretário de Saúde alerta sobre riscos da SRAG e impacto das fake news na vacinação em Goiás
01/07/2025, às 09:33 · Por Redação
O secretário estadual de Saúde de Goiás, Rasivel dos Santos Reis Júnior, afirmou que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) não pode ser tratada como uma simples gripe e que a desinformação tem sido um dos principais obstáculos à cobertura vacinal no estado. A declaração foi feita em entrevista ao portal Mais Goiás, concedida na segunda-feira, 30, mesmo dia em que o governo estadual decretou situação de emergência sanitária em razão do aumento de casos da doença e da baixa adesão à vacinação contra a gripe.
“Não é uma gripezinha. Crianças pequenas e idosos correm sérios riscos. Os sintomas se agravam rapidamente, com necessidade de suporte ventilatório e internação”, explicou Rasivel. Segundo ele, muitos pacientes com doenças crônicas sofrem descompensações graves ao contrair uma virose como a gripe, podendo evoluir para pneumonia, insuficiência cardíaca ou renal. “A virose pode não ser a causa direta da morte, mas desencadeia o agravamento de outras condições preexistentes”.
De acordo com o secretário, apenas 39% da população prioritária foi imunizada até agora. O índice entre gestantes é de 21%, enquanto crianças e idosos não ultrapassam os 40%. Para Rasivel, as fake news têm papel central na baixa cobertura vacinal. “Tivemos uma contaminação grave de informações falsas que causou um grande estrago. A vacina protege o indivíduo e protege os outros. É um exercício de cidadania”.
O titular da Saúde estadual também alertou para o impacto da não vacinação no sistema hospitalar. Segundo ele, pacientes que desenvolvem quadros graves evitáveis por vacinação ocupam leitos que poderiam ser destinados a atendimentos de maior urgência, como infartos, AVCs e cirurgias eletivas. “Esses leitos poderiam ser utilizados para outros pacientes. Isso compromete o acesso e aumenta a espera”, afirmou.
Desde o início do ano, o estado registrou quase 400 mortes relacionadas à SRAG. Com o decreto de emergência, a rede pública e conveniada abriu 163 leitos de UTI para atender à demanda crescente. O Ministério da Saúde vai repassar R$ 2 mil por diária desses leitos, valor que antes era de R$ 600. O atendimento em salas vermelhas passará a ser remunerado em R$ 500, segundo Rasivel. “O decreto serve para sensibilizar a população, os hospitais e os profissionais de saúde. Precisamos do empenho de todos”.
O secretário informou ainda que Goiás gastou cerca de R$ 3 bilhões com saúde no último ano. “Se a população aderisse à vacinação, não necessariamente reduziríamos esse valor, mas conseguiríamos usar melhor os recursos. A espera seria menor e conseguiríamos realizar mais cirurgias eletivas”, avaliou.
Questionado sobre a perda de imunizantes por validade vencida, Rasivel negou desperdício e disse que ainda há 700 mil doses disponíveis da vacina contra influenza. “A pessoa pode até se vacinar depois, mas perde a proteção no momento mais crítico do ano. É preciso se vacinar na época certa”. Para ele, os mais afetados pelos quadros graves são os extremos etários — crianças com menos de dois anos e idosos com mais de 60. “São esses que mais ocupam leitos de internação. Precisamos proteger essas faixas”, concluiu.
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