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Goiânia, 28/11/25
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Divulgação - Semad

Aterro de Goiânia opera com volume 2,5 vezes acima da capacidade, aponta Semad

Aterro de Goiânia opera com volume 2,5 vezes acima da capacidade, aponta Semad

29/06/2025, às 09:48 · Por Redação

Relatório técnico da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), divulgado na última sexta-feira, 27, aponta que o aterro de Goiânia opera com volume de resíduos 2,5 vezes superior ao projetado. A unidade recebe cerca de 3.800 toneladas por dia, incluindo 1.300 toneladas de resíduos domiciliares, 1.300 de entulho da construção civil e 1.200 de restos arbóreos, como podas e varrições. A sobrecarga compromete a operação do local, que, segundo a Semad, apresenta condições “precárias e evidentemente inadequadas”.

O relatório destaca ainda que a estrutura não dispõe de centro de tratamento de resíduos, sistema eficiente de tratamento de chorume, triagem de recicláveis, usina de compostagem nem equipamentos para manejo de resíduos de saúde ou da construção civil. A fiscalização também apontou que o Aterro Sanitário da capital está a menos de 300 metros de núcleos habitacionais e a 200 metros de um curso d’água, em desacordo com parâmetros técnicos, que exigem distância mínima de 500 metros. A unidade não possui licença ambiental válida desde 2011 e há indícios de instabilidade estrutural, falhas no sistema de drenagem e deficiência na supervisão técnica.

Mesmo com as irregularidades, a Prefeitura de Goiânia obteve liminar judicial que suspendeu a interdição da unidade. O Ministério Público moveu ação cobrando indenização de R$ 45,1 milhões por danos ambientais. A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) não se pronunciou sobre o relatório. 

Também na sexta-feira, o prefeito Sandro Mabel defendeu a legalidade da operação do Aterro Sanitário de Goiânia. O prefeito citou o relatório mais recente do Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC), divulgado em junho de 2025, que atribuiu nota 7,5 ao aterro, classificando-o como "parcialmente adequado", e com viabilidade para continuidade da operação. Mabel também citou relatório da Fral Consultoria, além da Controladoria-Geral da União (CGU) que, em vistoria realizada em maio, elogiou a estrutura e a equipe técnica do local.

Mabel afirmou que o objetivo é concluir a modernização total em até dois anos, com a implantação de uma estação de tratamento definitiva e o aproveitamento do gás para geração de energia. A água obtida do tratamento do chorume será desmineralizada e poderá ser vendida ou utilizada em processos industriais. O plano ainda prevê a criação de uma Central de Tratamento de Resíduos (CTR). “Abrir mão do aterro significa abandonar o local, o que aumenta os riscos. Estamos trabalhando para transformá-lo em um dos mais modernos do Brasil”, concluiu.


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