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Nos bastidores, a relação entre Wilder Morais e Daniel Vilela tem sido de diálogo
PL goiano já admite composição com Daniel Vilela para evitar derrota em 2026
18/06/2025, às 09:18 · Por Redação
O Partido Liberal (PL) em Goiás, que anteriormente defendia
a todo custo uma chapa própria para o governo em 2026, começa a reavaliar sua
estratégia. Diante do cenário de forte liderança de Daniel Vilela (MDB),
que deve assumir o governo e que já lidera com folga as pesquisas de intenção
de voto, o PL goiano admite a possibilidade de uma composição com a base
governista para evitar uma nova derrota, como ocorreu na disputa pela
prefeitura de Goiânia em 2024.
O senador Wilder Morais, presidente estadual do PL, indicou a mudança de rota nesta segunda-feira, 16. Embora a executiva nacional do partido mantenha o discurso de ter candidatura própria em todos os estados, Wilder sinalizou que "tudo na política pode acontecer" e que, com aval da cúpula nacional, o PL poderá apoiar o projeto de continuidade encabeçado por Daniel Vilela.
A inflexão do PL ocorre após um desempenho aquém do esperado
nas eleições municipais de 2024. A própria base do partido reconhece a
dificuldade de vencer sem alianças mais amplas. O vereador Oseias Varão, por
exemplo, já alertou que "não é possível ganhar as eleições só com
eleitores de direita" e que as eleições municipais "mostraram isso
claramente", com candidatos de direita que não fizeram composições
perdendo em segundo turno.
Nos bastidores, a relação entre Wilder Morais e Daniel
Vilela tem sido de diálogo, intensificada por encontros, como o promovido pelo
deputado federal Vitor Hugo (PL) entre o vice-governador e o ex-presidente Jair
Bolsonaro. Lideranças ligadas a Vilela avaliam que, frente a uma provável
polarização nacional em 2026 (Lula x Bolsonaro), uma aliança com o PL estadual
seria crucial para manter a hegemonia da base caiadista em Goiás.
Apesar das resistências internas de figuras como o deputado federal Gustavo Gayer, a ala do PL que defende a composição, liderada por Vitor Hugo, aposta no pragmatismo. Fred Rodrigues, em entrevista recente, resumiu: "Impossível é uma palavra que nunca se usa em política", sugerindo que até para o governador seria interessante essa aliança, "mas nos termos do PL".
Liderança consolidada
Daniel Vilela é visto como o sucessor natural do governador
Ronaldo Caiado (União Brasil), que já reafirmou seu apoio e anunciou um
processo de transição. Pesquisas recentes, como a Genial/Quaest de
fevereiro de 2025, mostram Vilela liderando a disputa pelo governo de Goiás com
24% das intenções de voto, à frente de Marconi Perillo (PSDB) com 15%, Gustavo
Gayer (PL) com 6% e Wilder Morais (PL) com 3%. O vice-governador também se
beneficia da alta aprovação de Caiado (86% em Goiás).
A base governista elegeu 82% dos prefeitos nos 17 municípios com o maior eleitorado de Goiás nas eleições de 2024, evidenciando a força das alianças locais. Em 14 dessas cidades, prefeitos do União Brasil, MDB e PP foram eleitos, consolidando uma base eleitoral robusta para 2026. Este cenário de domínio governista nas prefeituras mais decisivas pressiona o PL a buscar composições, a fim de não repetir derrotas e fortalecer suas chances no próximo pleito estadual.
Essa análise detalhada mostra como o PL em Goiás está
repensando suas estratégias para as eleições de 2026, com o objetivo de evitar
o isolamento político e aumentar suas chances de sucesso no cenário estadual.
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