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Goiânia, 02/07/25
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Procedimento foi usado pela primeira vez em um jogo por alguma divisão do Campeonato Goiano

Árbitro usa protocolo antirracista da CBF pela primeira vez em competição goiana

16/06/2025, às 17:06 · Por Redação

O protocolo global antirracista da Fifa, implementado pela CBF a partir deste ano, foi utilizado pela primeira vez em uma partida da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano. A norma foi acionada pelo árbitro Jefferson Ferreira de Moraes nos acréscimos do segundo tempo da partida entre Rio Verde e Anapolina, neste domingo (15), no estádio Mozart Veloso do Carmo, pela 5ª rodada. Jefferson Ferreira relatou na súmula da partida que expulsou o meia Patrick Felipe, do Rio Verde, aos 48 minutos da etapa final "por cometer ato de racismo contra o goleiro adversário".

O árbitro explicou que o jogador da equipe alviverde falou "volta para o gol, negão, c...! Volta para o gol, negão, c...! Vai se f..." para o goleiro Artur, da Anapolina, em uma confusão formada aos 47 minutos do segundo tempo. O lance ocorreu após cobrança de falta a favor do Rio Verde. Na batida, a bola explodiu em um jogador da Anapolina na barreira, o atleta caiu no gramado. Patrick tentou levantar o adversário, que permaneceu no campo. O goleiro Artur entrou na discussão para afastar o meia do Rio Verde, que neste momento teria dito as palavras relatadas pelo árbitro Jefferson Ferreira. Artur se revolta e parte para cima de Patrick, sendo afastado por atletas das duas equipes.

Miguelito é liberado após passar a noite preso por injúria racial em jogo​ O árbitro Jefferson Ferreira, que já estava próximo do lance, se afasta dos atletas e faz o gesto antirracista ao cruzar os braços, na altura do peito, em forma de "X" para denunciar um ato racista na direção do quarto árbitro Joabe da Silva Leal e do delegado da partida Márcio Henrique Alves. Na sequência, o árbitro tira o cartão vermelho e expulsa o jogador do Rio Verde. Ainda de acordo com a súmula da partida, após o jogo o árbitro Jefferson Ferreira procurou o goleiro da Anapolina e questionou se Artur desejava formalizar denúncia por meio de um boletim de ocorrência.

"No entanto, o atleta (Artur) optou por não prosseguir com o registro, declarando que aceitou as desculpas do jogador (Patrick) que o ofendeu. Segundo seu relato, ele entendeu que a situação foi resolvida no âmbito esportivo e pessoal", escreveu o árbitro Jefferson Ferreira. Como o ato foi relatado na súmula da partida, a tendência é que o caso seja analisado pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Goiás nas próximas semanas. Há possibilidade de Patrick, do Rio Verde, ser punido na esfera desportiva. O artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva normalmente é utilizado nas denúncias de casos de injúria racial. "Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência", diz o artigo. A pena prevista é de "suspensão de cinco a dez partidas, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica", além de "além de multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais)".


Antirracista Protocolo Divisão de Acesso FGF
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