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Goiânia, 02/07/25
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Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, firmou acordo com a viúva da vítima para pagar R$ 2.118 por mês durante 20 anos

Empresário paga pensão à família de vigilante morto para tentar reduzir pena

13/06/2025, às 09:59 · Por Redação

Acusado de matar o vigilante Clenilton Lemes Correia, de 39 anos, em um acidente de trânsito na GO-020, o empresário Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, firmou acordo com a viúva da vítima para pagar R$ 2.118 por mês durante 20 anos. A defesa pede que a medida seja considerada uma atenuante em caso de condenação. Também foi ressarcido o valor da moto, no total de R$ 16,2 mil.

O acidente ocorreu em 5 de junho de 2023, quando Clenilton seguia de moto para o trabalho e foi atingido por um Mercedes-Benz em alta velocidade. Segundo a perícia, a moto foi arrastada por 86 metros e a vítima ainda estava viva quando o empresário deixou o local sem prestar socorro. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) acusa Antônio por homicídio com duas qualificadoras — meio cruel e dificuldade de defesa — e por omissão de socorro.

Ao jornal O Popular, a defesa afirmou que o empresário está arrependido, “sensível à dor da família” e tenta reparar o dano. A viúva, Antônia Evanda, confirmou em juízo o recebimento da pensão, equivalente ao salário do marido, que sustentava a família com dois filhos. Ela disse que a pensão por morte que recebe é insuficiente e que não pode trabalhar por causa de uma lesão na perna.

Os advogados também tentam desclassificar o crime para homicídio culposo no trânsito, afastando a acusação de dolo eventual. Alegam que não houve comprovação objetiva de embriaguez e que a moto tinha a lanterna traseira queimada, o que teria dificultado a visibilidade. O empresário admite ter bebido, mas diz que parou horas antes do acidente. Sobre a omissão de socorro, alega ter entrado em choque e buscado ajuda em casa, que era próxima.

Para o MP-GO, os elementos do processo, incluindo laudos e depoimentos, sustentam a acusação e desmentem a versão do réu. O julgamento ainda aguarda decisão sobre o envio ou não do caso ao Tribunal do Júri.


Acordo Pagamento Antônio Scelzi Netto
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