Matérias
Reprodução
Mat Velloso, vice-presidente de IA do Google Deepmind em lançamento da Gaia
Google e UFG lançam Gaia, IA em português com código aberto e foco em precisão
12/06/2025, às 10:35 · Por Redação
Uma parceria entre o Google e a Universidade Federal de Goiás (UFG) resultou no lançamento oficial do Gaia, modelo de inteligência artificial treinado exclusivamente em português e com acesso aberto. Apresentada na última terça-feira, 10, a tecnologia já está em uso por instituições como os Tribunais de Contas dos Municípios e do Estado de Goiás (TCM-GO e TCE-GO), além do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife.
A proposta do Gaia é oferecer todas as funcionalidades de modelos generativos — como interação conversacional, geração de imagens e extração de dados — com maior precisão para usuários da língua portuguesa. “Quando outras inteligências artificiais convertem dados do inglês, há perda de sentido. No Gaia, tudo foi pensado diretamente em português”, explica professor da UFG e coordenador do projeto, Celso Camilo.
O Gaia foi desenvolvido a partir dos modelos Gemma, do Google, passando por uma adaptação completa para o português brasileiro. “O conjunto genérico do Google é em inglês; fizemos toda a adaptação das particularidades para o português brasileiro”, diz Camilo ao jornal Opção. A atual versão do Gaia utiliza o Gemma 3 e está integrada ao Vertex AI Model Garden, plataforma do Google para desenvolvedores.
A ferramenta já está disponível gratuitamente na Hugging Face, um dos principais repositórios de modelos de IA de código aberto. Segundo os desenvolvedores, o Gaia vem sendo aplicado em tarefas como análise de prontuários médicos — a Unimed, por exemplo, usou o modelo para validação de diagnósticos de discopatia — e na identificação de padrões em documentos públicos.
A UFG é pioneira no Brasil ao oferecer um curso superior voltado exclusivamente para inteligência artificial. Também sedia o Centro de Excelência em IA (Ceia), que mantém parceria contínua com o Google. “É importante, inclusive, do ponto de vista da soberania. Podemos mostrar que há talento e capacidade tecnológica no Brasil”, afirma Camilo. “Isso contribui para superar a síndrome do vira-lata. Temos orgulho do que é nosso”.
Além do Gaia, outras inteligências artificiais voltadas para o português também estão em desenvolvimento, como o Sabiá (da Maritaca AI) e o Tucano (criado na Universidade de Bonn, na Alemanha). A proposta do Gaia, no entanto, é se destacar pela robustez do modelo e pela integração com soluções corporativas. A expectativa, segundo a UFG e o Google, é que novos modelos ainda mais avançados sejam desenvolvidos nos próximos anos, sempre com foco em língua portuguesa e aplicações para o contexto brasileiro.
Inteligência Artificial IA Google Deepmind UFG Gaia Goiás,