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Imóvel da União, sem uso há mais de dez anos, vai abrigar 52 famílias de baixa renda pelo programa Minha Casa, Minha Vida; reforma manterá traços art déco do edifício
Prédio abandonado no Centro de Goiânia será transformado em moradia popular
10/06/2025, às 10:23 · Por Redação
Um prédio abandonado na Avenida Goiás, em Goiânia, ganhará nova vida como residência para famílias de baixa renda. O imóvel, pertencente à União e sem uso há mais de uma década, foi cedido ao Movimento pela Reforma Urbana do Estado de Goiás (MRU-GO) para ser transformado em 52 unidades habitacionais pelo programa Minha Casa, Minha Vida — Entidades (MCMV-Entidades). A reforma, que deve começar em agosto, preservará as características art déco do edifício.
O projeto foi selecionado dentro dos critérios do MCMV-Entidades, modalidade criada em julho de 2023 para financiar a produção de moradias urbanas por meio de entidades sem fins lucrativos. O MRU-GO será responsável pela seleção das famílias e pela execução das obras, com financiamento da Caixa Econômica Federal.
O Edifício Senador João Vila Boas, localizado entre a Avenida Goiás e a Rua 2, foi avaliado em R$ 2,2 milhões e possui 13 pavimentos (subsolo, térreo e 11 andares), mas está inacabado e sem infraestrutura básica, como elétrica, esquadrias e elevadores. A Superintendência do Patrimônio da União em Goiás (SPU-GO) explicou que o imóvel foi escolhido para o programa na modalidade Retrofit, que revitaliza prédios antigos para fins habitacionais.
"A indicação do imóvel se deu após análise processual, o qual foi selecionado para receber recursos do programa na modalidade Retrofit, que consiste na revitalização de prédios antigos, transformando-os em moradia", afirmou a SPU-GO ao jornal O Popular.
Cada unidade receberá um financiamento de R$ 210 mil, totalizando R$ 10,9 milhões em investimentos. As famílias beneficiadas devem ter renda de até dois salários mínimos (R$ 2.850) e não podem ser proprietárias de outro imóvel.
Disputa
Presidente do MRU-GO, Simone Teixeira contou que o movimento competiu com uma cooperativa de Brasília pela cessão do prédio. "Ganhamos a primeira etapa, em que essa entidade de Brasília também entrou, e vencemos por pontuações referentes ao trabalho que o movimento já tinha", disse.
A escolha pelo local se deve à estratégia de requalificação do Centro. "O objetivo do programa, como a ministra Esther Dweck sempre falou, é que a habitação popular tem de ser mais centralizada", explicou Simone. "Precisamos requalificar o Centro e trazer vida a ele. E a luta pela morada digna, pela inclusão social, está no Centro."
Histórico
O prédio já abrigou uma agência da Caixa Econômica Federal, mas está desativado desde os anos 2000. Em 2010, o MPF abriu inquérito para apurar o abandono do local, que apresentava risco de desabamento e focos de dengue. Um relatório de 2014 confirmou a degradação, citando até a presença de um catador de recicláveis morando no local.
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