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O caso da família goiana levanta um alerta sobre as políticas de deportação dos EUA e a complexidade da intolerância religiosa no Brasil
Família goiana pede asilo nos EUA por perseguição religiosa e corte sugere: 'Mudem para o Nordeste'
10/06/2025, às 09:51 · Por Redação
Um casal goiano e seu filho menor de idade entraram com um pedido de asilo humanitário nos Estados Unidos, alegando perseguição e risco de vida no Brasil por professarem o Candomblé, religião de matriz africana. A ação foi movida na Corte de Apelações do Nono Circuito, em San Francisco, Califórnia. A informação é do UOL.
A família, que vivia em um pequeno município de Goiás antes de buscar refúgio nos EUA, relatou ter sofrido agressões motivadas por sua fé. A petição destaca que umbandistas e candomblecistas representam apenas 1% da população brasileira (Censo 2022) e são alvos frequentes de intolerância. Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) apontam um aumento de mais de 80% nas violações motivadas por intolerância religiosa em 2024, com umbandistas e candomblecistas sendo as vítimas mais frequentes.
No entanto, a Corte de Apelações Migratórias negou o asilo, afirmando que o casal "foi incapaz de estabelecer que o governo brasileiro infligiu qualquer perseguição ou foi incapaz de protegê-los de perseguição". A decisão faz uma curiosa sugestão: que a família se mude para o Nordeste do Brasil, onde o Candomblé seria "popular e celebrado".
Essa orientação, porém, pode ser baseada em estereótipos. O Censo 2022 indica que o estado com maior proporção de praticantes de religiões de matriz africana é o Rio Grande do Sul (3,2%), e a Bahia, no Nordeste, é o terceiro estado com mais casos de intolerância religiosa, atrás apenas de Rio e São Paulo.
O caso da família goiana levanta um alerta sobre as políticas de deportação dos EUA e a complexidade da intolerância religiosa no Brasil, desafiando a percepção internacional sobre a segurança de minorias religiosas no país.
Religião Goiás