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Goiânia, 02/07/25
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Léo Santos

Presidente Bruno D’Abadia detalha avanços, desafios financeiros e mudanças no atendimento aos usuários

Ipasgo Saúde amplia cobertura, aposta em modernização e prevê planos com leito apartamento até julho

05/06/2025, às 10:03 · Por Redação

O presidente do Ipasgo Saúde, Bruno D’Abadia, anunciou uma série de novidades e medidas de reestruturação do plano de saúde dos servidores estaduais, com foco na modernização do atendimento, equilíbrio financeiro e expansão da oferta de serviços. Em entrevista ao jornal O Popular, ele afirmou que até julho deste ano o Ipasgo lançará novas versões dos planos Cerrado e Família, agora com leito tipo apartamento — uma demanda recorrente entre os usuários.

Desde o lançamento dos novos planos, no fim de abril, cerca de 2,4 mil usuários aderiram, enquanto outros 2,4 mil aguardam a validação da documentação. A maior parte das adesões é de novos usuários, especialmente servidores mais jovens, com maior atratividade até os 40 anos. Segundo D’Abadia, há baixa expectativa de migração de pessoas com mais de 59 anos, principalmente por causa do custo, que ultrapassa R$ 1 mil nessa faixa etária, embora a cobertura seja superior. “O rol de medicamentos oncológicos é bem maior. A coparticipação também é bem limitada nos novos planos”, destacou.

Além da ampliação da oferta assistencial, o presidente ressaltou que o atendimento ao público passará por modernização. O multiatendimento presencial será transferido da sede atual para um novo espaço e ferramentas como WhatsApp, chatbot, aplicativo e chat online serão implementadas até setembro. A página na internet também foi reformulada recentemente. “O atendimento do Ipasgo, infelizmente, estava um pouco parado no tempo. Vamos atualizar tudo isso”, afirmou.

O déficit mensal entre R$ 20 e R$ 21 milhões ainda é um grande desafio, causado principalmente pelo modelo dos planos antigos, que não seguem critérios atuariais. Metade desses planos, segundo D’Abadia, é deficitária. A meta, agora, é reduzir o déficit per capita a médio e longo prazo. “Se eu mantiver o déficit nominal, mas a receita crescer, proporcionalmente a situação melhora”, explicou.

Para isso, o Ipasgo aposta em inteligência assistencial, com reorganização da rede credenciada e negociação por pacotes com hospitais, otimizando custos sem reduzir cobertura. Outro ponto é a logística reversa de medicamentos oncológicos, com fracionamento autorizado pela Anvisa, evitando desperdícios e racionalizando os estoques.

As unidades próprias do Ipasgo, como a Ipasgo Clínicas, também ganharão reforço na capacidade de atendimento, especialmente em áreas com carência de especialistas. No interior, o plano é mapear lacunas e, onde não houver oferta local, estruturar polos regionais, como em Posse ou Campos Belos.

D’Abadia também afirmou que, ainda em junho, haverá reajuste no valor das consultas, que não são corrigidos desde 2022. A revisão dos valores de procedimentos também está em andamento após diálogo com hospitais, clínicas e categorias médicas.

Quanto à regularização da cobrança de coparticipações suspensas em 2024, o Ipasgo espera receber a maior parte dos valores ainda neste ano. Cerca de 78,5% dos usuários aderiram ao parcelamento em até cinco vezes. O total a ser recuperado gira em torno de R$ 85 milhões, sendo que 65% a 70% da primeira parcela já foi quitada, segundo dados atualizados em 30 de maio.

D’Abadia reconheceu os problemas na mudança de sistema de gestão em agosto de 2024, que impactaram a comunicação com prestadores e o controle da produtividade médica. “O planejamento da transição não foi bom. Faltou comunicação e treinamento, e o sistema também teve falhas”, admitiu. Ainda assim, ele assegurou que o novo sistema já opera normalmente e que a negociação para acerto de contas com prestadores será iniciada ainda este mês.

Com apoio do governo estadual, que aportou R$ 480 milhões em 2024, o Ipasgo vem constituindo as reservas técnicas exigidas pela ANS e planeja novas parcelas de reforço financeiro no segundo semestre. A periodicidade mínima desses repasses deve ser trimestral, seguindo os balanços auditados enviados à agência reguladora.

“A missão hoje é modernizar, ampliar e tornar o Ipasgo mais sustentável, sem perder de vista a qualidade para o beneficiário”, concluiu o presidente.


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