Cooperativas pedem volta da Comurg à coleta seletiva em Goiânia

Cooperativas de catadores de materiais recicláveis de Goiânia voltaram a defender que a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) reassuma a coleta seletiva na capital. A proposta foi discutida em reunião nesta semana com representantes da companhia e do Sistema OCB Goiás, que integra o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás (OCB/GO) e o Serviço Nacional de Aprendizagem no Cooperativismo em Goiás (SESCOOP/GO), após seguidos relatos de redução no volume de recicláveis entregues desde que o serviço foi totalmente transferido ao Consórcio Limpa Gyn, em outubro de 2023.

“Com a Comurg era melhor. Tínhamos mais materiais e menos problemas”, afirmou a presidente da cooperativa A Ambiental, Mylene Lima, ao jornal o Popular. Segundo ela, hoje a entrega se limita a papelão, o que compromete a sustentabilidade financeira das entidades. “Com a Comurg, chegamos a 50 toneladas por mês. Agora são 20”, revelou.

O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, sugeriu que a Comurg reassuma a coleta de forma emergencial e, em seguida, o serviço seja transferido às cooperativas, com remuneração e estrutura adequada. “Precisamos levar a reciclagem de 1,8% para 10% no curto prazo e até 50% no futuro”, declarou.

O consórcio Limpa Gyn nega falhas e afirma que os números são crescentes, com volume acima do previsto em contrato. Já a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), responsável pelo contrato com o Consórcio Limpa Gyn, e a Comurg não confirmaram ao O Popular se há negociação em andamento para mudança.

Para os catadores, o retorno da Comurg garantiria maior qualidade dos materiais recebidos, mas a expectativa é de que, no futuro, as próprias cooperativas assumam o serviço. “Sabemos o que é reciclável. Só falta apoio, estrutura e pagamento justo”, resume Mylene.

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