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Marconi confessa que o PSDB está no fundo do poço

Marconi confessa que apagará as luzes de um PSDB no 'fundo do poço’

30/05/2025, às 11:37 · Por Redação

Prestes a apagar as luzes do PSDB, que está se fundirá com o Podemos, o ex-governador e presidente nacional do PSDB Marconi Perillo reconhece que apagará as luzes do partido que preside há quase dois anos, mas espera que a união com o Podemos trará novos tempos.

“A gente chegou em uma situação de muita dificuldade, tipo fundo do poço e com essa fusão a gente reaparece de forma renovada’, disse em entrevista ao podcast Giro 360.

A união com o Podemos tenta evitar a extinção no cenário político nacional, especialmente após as eleições de 2022 e 2024. O partido, que já foi uma das maiores forças políticas do Brasil, tem perdido representatividade em diversas esferas e só elegeu 13 deputados federais em 2022.

O tucano, no entanto, se nega a fazer uma autocrítica dos quase dois anos à frente do partido. Ao assumiu, o ex-governador prometeu reestruturar o partido, buscar a unidade interna, e reposicioná-lo como uma força de oposição coerente, visando as próximas eleições e a busca de uma "terceira via" no cenário político brasileiro.

O resultado foi a saída de diversas figuras importantes e o fim de sua federação com o Cidadania. Essas baixas refletem a crise e a perda de relevância do partido no cenário político nacional.

As principais baixas e movimentos no PSDB nos últimos dois anos incluem:

Governadores

Raquel Lyra (PSDB-PE): Eleita governadora de Pernambuco em 2022 pelo PSDB, deixou o partido em março de 2025.

Eduardo Leite (PSDB-RS): Governador do Rio Grande do Sul, eleito em 2018 e reeleito em 2022, também deixou a sigla em maio de 2025. Leite estava em negociações avançadas para se filiar ao PSD, sinalizando que "o PSDB a que ele se filiou há 24 anos está deixando de existir" e que a fusão com o Podemos provavelmente resultará em um novo nome e número para o partido.

Senadores

Mara Gabrilli (PSDB-SP): Eleita senadora em 2018 pelo PSDB, deixou o partido em janeiro de 2023.

Alessandro Vieira (PSDB-SE): Eleito senador em 2018 pelo PSDB, deixou o partido em junho de 2023.

Izalci Lucas (PSDB-DF): Eleito senador em 2018 pelo PSDB, deixou o partido em março de 2024.

Outras Lideranças e Membros

Aloysio Nunes Ferreira: Deixou o PSDB em junho de 2024, após 27 anos na sigla. Ele justificou a saída pela "guinada à direita" do partido, afirmando-se um homem de esquerda, assim como Fernando Henrique Cardoso e José Serra.

João Doria: Embora sua saída oficial tenha ocorrido em outubro de 2022, pouco antes do período de dois anos, é importante mencionar que ele foi uma figura de grande peso que se desligou do partido nesse período de declínio.

Vereadores em São Paulo: Uma debandada significativa ocorreu na Câmara Municipal de São Paulo em abril de 2024, zerando a bancada do PSDB na cidade. Diversos vereadores, incluindo Sandra Santana, Fabio Riva, Gilson Barreto, João Jorge, Aurélio Nomura, Beto do Social e Rute Costa, deixaram a sigla, muitos migrando para o MDB ou PSD. As motivações incluíram a insatisfação com a direção nacional do partido e a decisão do diretório local de não apoiar o prefeito Ricardo Nunes.

Tião Farias: Fundador do PSDB, deixou o partido em novembro de 2024, expressando descontentamento com a aproximação do PSDB a um candidato ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição municipal de São Paulo.

Encerramento da Federação

O partido Cidadania decidiu encerrar sua federação com o PSDB em março de 2025. A federação, formada em 2022, foi desfeita porque o Cidadania alegou que a união trouxe desvantagens, como a perda de representatividade no Congresso e em diversas câmaras municipais.

Essas saídas, somadas aos resultados eleitorais fracos, como a perda expressiva de prefeituras nas eleições de 2024 e o fato de não ter eleito nenhum prefeito em capitais, demonstram a profunda crise que o PSDB tem enfrentado. A busca por uma fusão com o Podemos é uma das estratégias para tentar reverter esse cenário de encolhimento e garantir a sobrevivência e relevância do partido.


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