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Goiânia, 02/07/25
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Reprodução - G1 Goiás

Thaís Medeiros ficou com sequelas permanentes após crise alérgica em 2023; decisão visa assegurar atendimento domiciliar por seis meses

Justiça bloqueia R$ 156 mil para garantir tratamento de jovem que teve reação alérgica ao cheirar pimenta

24/05/2025, às 09:29 · Por Redação

A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 156.074,88 em recursos públicos para garantir o tratamento da jovem Thaís Medeiros, que perdeu a fala e os movimentos após sofrer uma grave reação alérgica ao cheirar uma pimenta em 2023, na cidade de Anápolis. A decisão judicial assegura atendimento domiciliar (home care) por um período de seis meses.

A medida foi assinada pelo juiz Jesus Crisostomo de Almeida, e foi motivada pelo descumprimento de determinações anteriores por parte das autoridades, mesmo após o município reconhecer parcialmente a dívida e retomar alguns pagamentos. A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que está ciente da decisão e que está “adotando as providências pertinentes”.

A mãe da jovem, Adriana Medeiros, comemorou o avanço judicial nas redes sociais: “Uma vitória importante para Thaís. Estou aliviada, espero que dê certo.”

Thaís sofreu a crise alérgica após cheirar uma pimenta na casa do namorado. De acordo com Matheus Lopes de Oliveira, ela estava na cozinha com familiares quando o episódio ocorreu: “Ela passou a pimenta no nariz e cheirou. A garganta começou a coçar e, logo em seguida, ela foi perdendo as forças.”

A jovem precisou ser levada às pressas ao hospital, onde foi reanimada e ficou 20 dias internada na UTI da Santa Casa de Anápolis. Segundo o médico Rubens Dias, houve uma lesão cerebral irreversível causada pela falta de oxigenação, comprometendo permanentemente a fala e os movimentos de Thaís.

“O coração não bombeava sangue para o corpo, e isso gerou uma lesão cerebral que é irreversível”, explicou o médico na ocasião.

Histórico de saúde
De acordo com a mãe, Thaís já apresentava histórico de alergias, bronquite e asma desde a gestação da filha mais velha. Em 2023, a jovem passou por mais de 260 dias de internação. Em 2024, no entanto, foram apenas três internações — um sinal de melhora e estabilidade, atribuída aos cuidados constantes e ao suporte médico.

A rotina de tratamentos inclui fisioterapia, fonoaudiologia, alimentação especial, medicamentos e fraldas descartáveis. A despesa mensal chega a R$ 16 mil, segundo Adriana. Embora a família conte com ajuda de doações, ela afirma que o suporte não é suficiente para manter os cuidados sem a continuidade do home care.

Embate com a Prefeitura
Em dezembro de 2024, a Justiça determinou que a Prefeitura de Goiânia retomasse o atendimento domiciliar até o dia 30 daquele mês. No entanto, a administração municipal recorreu da decisão, alegando que Thaís não se enquadra nos critérios do programa, destinado a pacientes que dependem de respirador mecânico. Diante da negativa, a Justiça interveio com o bloqueio dos valores para garantir o atendimento à jovem.

Superação
Apesar dos desafios, Adriana celebra conquistas importantes. Com as doações, conseguiu comprar uma casa adaptada para a filha, o que pôs fim à rotina de carregar Thaís pelas escadas de um apartamento sem elevador.

Cuidando da filha em tempo integral, ela sonha em abrir um salão de beleza em casa no Setor Morada do Sol, em Goiânia, onde vive com a família. Cabeleireira e manicure, Adriana trabalhava ao lado da filha antes do acidente. “Sei que ela não será mais como antes, mas tenho fé, esperança e planos. A luta continua”, conclui a mãe.


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