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Major Vitor Hugo tem dois grandes ativos: a amizade leal de Jair Bolsonaro e seu temperamento que possibilita diálogos que o bolsonarismo raiz não alcança
Coluna do Pablo Kossa: Bolsonarismo no ringue é oportunidade pra Daniel e Gracinha
22/05/2025, às 20:20 · Por Pablo Kossa
O caldo entornou. Gustavo Gayer abriu a caixa de ferramentas e chegou o bete sem dó no Major Vitor Hugo. Chamou o ex-aliado de covarde. Disse que o vereador goianiense não será candidato ao Senado. E não foi uma atitude isolada de Gayer. Ele estava ladeado de Wilder Morais, Fred Rodrigues e Oséias Varão – figuras de proa do bolsonarismo pequi. Ou seja, não falou só por si.
Os impropérios fartos foram proferidos na última
segunda-feira, 19, no programa Papo Aberto da TV Capital. Vitor Hugo reagiu
apenas postando uma foto de uma videochamada em seu Instagram. Mais nada. O que
não é surpreendente. Ele tem um perfil distinto de Gayer. É mais de bastidor do
que do microfone. Está agindo, por óbvio, mas fora do holofote.
Quem assiste ao pega para capar de camarote é a base
caiadista. Daniel Vilela e Gracinha Caiado observam toda confusão com a
tranquilidade de quem só se beneficia com o racha do bolsonarismo goiano. Eles
ganham muito com a beligerância na extrema-direita.
Major Vitor Hugo tem dois grandes ativos: a amizade leal de
Jair Bolsonaro e seu temperamento que possibilita diálogos que o bolsonarismo
raiz não alcança. Foi essa capacidade de articulação que levou o
vice-governador goiano ao encontro do ex-presidente, o início da costura de uma
aliança até pouco tempo tida improvável.
A campanha para prefeito em Goiânia e Aparecida foi
violenta. Deixou cicatrizes. Vitor Hugo atua para deixar o que ficou para trás
de lado. Ele parte do dado óbvio que o PL perdeu as duas disputas. Logo, é o
partido de Bolsonaro que tem que puxar a reconciliação com lado político
vencedor.
Já Gayer tem outras características. Popular nas redes,
grande capacidade de comunicação e temperamento irascível. Prefere o embate ao
diálogo. Fica mais confortável na treta do que na aliança. Tem apreço pela
polêmica.
Os outros, como diz o Kid Abelha, são os outros e só.
Fred é colado no deputado federal. Ele está para Gayer assim
como Robin está para o Batman. Vai seguir seu líder para onde o mais popular
apontar.
Wilder e Oséias são diferentes. Ambos têm perfil Centrão. O
senador já foi marconista, caiadista e agora é bolsonarista. O vereador já foi
do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e líder de Iris Rezende na Câmara de
Vereadores. Não prezam coerência ideológica. Mudam conforme o vento. Surfam a
onda do momento.
Se a oposição unida já teria trabalho duro para fazer frente
à candidatura de Daniel ao Governo e Gracinha ao Senado, dividida em briga
fratricida facilita muito o trabalho dos aliados de Ronaldo Caiado.
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