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Goiânia, 02/07/25
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Evento de lançamento da federação 'União Progressista' em Brasília, no Distrito Federal

União Brasil e PP avançam com estatuto da federação e consolidam Ronaldo Caiado como nome à Presidência

18/05/2025, às 11:21 · Por Redação

A recém-formalizada federação entre União Brasil (UB) e Progressistas (PP) caminha para consolidar seu funcionamento com a elaboração de um estatuto interno, cujas primeiras diretrizes começam a ser debatidas nesta terça-feira, 20, em reunião nacional. O documento deve organizar a atuação conjunta das legendas nas eleições de 2026, prevendo critérios para a formação de chapas proporcionais, regras de divisão do tempo de TV e a distribuição do fundo eleitoral.

A federação, batizada de União Progressista, passa a ser a maior força da Câmara dos Deputados, somando 108 parlamentares, e também contará com 13 senadores. O novo arranjo fortalece a posição do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), como pré-candidato à Presidência da República, dando a ele musculatura partidária e tempo de exposição para alavancar sua presença nacional.

A construção do estatuto ocorre num cenário de transformação política iniciado com a reforma eleitoral de 2021, que extinguiu as coligações proporcionais. Isso forçou os partidos a buscar mecanismos de sobrevivência eleitoral, como as federações, obrigadas a manter unidade durante todo o mandato. Diferente das coligações, as federações são duradouras e mais rígidas. Hoje, o Brasil conta com três ativas: Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), PSOL-Rede e PSDB-Cidadania — esta última já com indicativos de dissolução.

Fontes ligadas à cúpula da federação informam que o esboço do estatuto prevê que o número de candidaturas proporcionais de cada partido será calculado com base no desempenho eleitoral anterior de cada legenda — de forma regionalizada. Ou seja, o total de votos válidos obtido por cada partido em estados e municípios servirá de parâmetro. No entanto, haverá flexibilidade para negociações, permitindo ajustes estratégicos entre UB e PP conforme as articulações locais.

A divisão do tempo de propaganda no rádio e na TV seguirá a mesma lógica, usando o desempenho eleitoral de cada partido como base, embora a comunicação institucional seja feita em nome da federação. Já os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEF), conhecido como fundo eleitoral, serão distribuídos proporcionalmente, conforme o peso político de cada legenda nos estados.

"O União Brasil em Goiás tem quatro deputados federais, então essa divisão é dentro dessa proporcionalidade", explica ao jornal Opção o presidente municipal do UB, Marcos Pereira, reforçando o critério adotado pela federação.

Em Goiás, o comando da federação já está definido: caberá a Ronaldo Caiado. Com isso, o governador terá autonomia para formar as chapas de deputado estadual e federal, atendendo ao critério de que o partido com governador assume a liderança local. O União Brasil deve indicar a maioria dos nomes para disputar uma vaga na Câmara, incluindo figuras como Bruno Peixoto, Waldir Soares, José Nelto, Lêda Borges, Paulo do Vale, Pedro Sales, Silvye Alves, Zacharias Calil e Zeli Fritsche. Já o PP tem, por ora, o nome do deputado federal Adriano do Baldy, com expectativa de mais duas indicações.

Com o selo da federação, Caiado dá início à sua pré-campanha presidencial. O governador tem se apresentado em estados estratégicos como Minas Gerais, visitou São Paulo e palestrou em Nova York, durante o Fórum Summit Brazil–USA, promovido pelo Valor Econômico. Na bagagem, levou os resultados de sua gestão em Goiás, com foco em segurança pública, estabilidade fiscal e inovação tecnológica.

Entre os destaques, apresentou o Fundo de Estabilização Econômica de Goiás, mecanismo inédito no Brasil que visa reservar recursos de superávit para momentos de crise — com previsão de início com R$ 5,5 bilhões. Também defendeu a inclusão de disciplinas de Inteligência Artificial no currículo escolar da rede estadual, projeto desenvolvido com especialistas como o professor Ronaldo Lemos, coautor do Marco Civil da Internet.

Apesar do calendário oficial das eleições de 2026 ainda não estar definido, o cronograma de preparação dos partidos já começou. Até março do próximo ano, os interessados em disputar cargos eletivos precisam estar filiados a uma legenda. Já em agosto de 2026, tem início a campanha oficial, com eventos, debates e a ocupação das mídias por parte dos candidatos.


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