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Goiânia, 02/07/25
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Foto: Vanessa Carvalho/Lide

É quase unânime no mundo político que a reeleição não fez bem ao país. E por que não se acaba com isso de uma vez por todas?

Coluna do Pablo Kossa: Caiado acerta ao criticar a reeleição

14/05/2025, às 14:05 · Por Pablo Kossa

Implantar o instituto da reeleição no Brasil foi um erro histórico. Até mesmo Fernando Henrique Cardoso, quem bancou a alteração constitucional que permitiu tal situação em 1997, reconhece o equívoco. Ronaldo Caiado concorda que deu errado. Foi o que disse ontem em Nova York no evento da Lide.

É quase unânime no mundo político que a reeleição não fez bem ao país. E por que não se acaba com isso de uma vez por todas? Simples: voltar o gênio para dentro da lâmpada é exercício hercúleo. Mexe com o interesse de mais de cinco mil prefeitos, 27 governadores e do presidente. É muita gente.

Na hora da disputa, como a que o governador pretende encara, a crítica é feita. Quando se senta na cadeira, a coisa muda de figura. Jair Bolsonaro disse que não disputaria um segundo mandato. E até hoje está se lamuriando pelos cantos pela derrota de 2022. Lula também falou o mesmo. Agora se articula para competir no ano que vem.

O próprio Caiado que faz a correta crítica à reeleição fez uso do instituto e está em seu segundo mandato como governador.

Viu como é fácil bater na reeleição na campanha e difícil abdicar desse direito quando se exerce o poder?

Em âmbito teórico, defendo o fim da reeleição para qualquer cargo, seja de Executivo ou de Legislativo. Mas sei o que é a realpolitik e da completa inviabilidade dessa ideia.

Por outro lado, acho possível negociar uma ampliação dos mandatos para ciclos de cinco anos (excetuando Senado que seria de dez anos), permitindo aos parlamentares uma única reeleição e nenhuma a quem exerce cargo majoritário (senadores aqui inclusos, por óbvio). Creio que uma proposta assim poderia encontrar espaço para prosperar.

Mas não seria uma conversa fácil. Para ser aprovada, a votação tem que rolar logo no primeiro ano de mandato. Se a decisão não acontecer logo em 2027, ouviremos esse papo novamente em 2029. E assim será em 2033, 2037... tal qual já estamos acostumados a ouvir.


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