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Goiânia, 23/05/25
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Maioria das indicações rejeitadas envolve entidades sociais; Paço alega falta de vínculo com o SUS e aponta “obscuridade” nas ações propostas

Prefeitura barra metade das emendas de 18 vereadores por falhas técnicas

09/05/2025, às 12:21 · Por Redação

A Prefeitura de Goiânia devolveu R$ 89 milhões em emendas impositivas apresentadas por 18 vereadores para o Orçamento de 2025, sob alegação de impedimentos técnicos. O valor representa mais da metade dos R$ 176 milhões indicados pelos parlamentares, que têm direito a cerca de R$ 5 milhões cada. A maior parte das rejeições (R$ 82 milhões) envolve destinações para a saúde — área para a qual os vereadores são obrigados a destinar ao menos 50% das emendas.

O caso mais emblemático é o do vereador Geverson Abel (Republicanos), que teve 90% de suas emendas barradas, incluindo R$ 2,4 milhões para a Associação Goiana Cidadania para Todos — entidade que funciona no mesmo endereço do antigo escritório político do parlamentar. 

A Prefeitura apontou “obscuridade do objeto quanto ao tipo de ação a ser realizada” e ausência de vínculo com o SUS como motivos da recusa. Abel, que também remanejou R$ 1,9 milhão da Associação Unidos pelo Bem-Estar Social, defendeu a regularidade das entidades, mas admitiu rever suas indicações.

Outros parlamentares também enfrentaram devoluções. Wellington Bessa (DC) teve R$ 289 mil barrados, destinados à Abenat, presidida pelo dirigente estadual de seu partido. Já o ex-vereador Sandes Júnior (MDB) teve R$ 533 mil recusados pela ligação da entidade beneficiada com o líder do prefeito, Igor Franco (MDB), que também teve R$ 2,2 milhões em emendas rejeitadas.

Segundo a Procuradoria-Geral do Município, quase 90% das devoluções na área da saúde ocorreram por falta de comprovação de que as entidades estão contratualizadas com o SUS. A expectativa é que um projeto de lei em tramitação possa eliminar essa exigência, permitindo a revalidação das indicações.

Apesar da pressão do prefeito Sandro Mabel (UB) para redirecionar parte dos recursos às ações diretas da gestão, vereadores resistem. “Existe trauma na Câmara sobre enviar emenda para a Prefeitura e não ser executada”, afirmou Igor Franco. O prazo para ajustes nas emendas é de 30 dias.


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