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Prefeito Sandro Mabel defende autonomia dos municípios em projeto de concessão do saneamento e cobra modelo sustentável ao BNDES
Mabel propõe usina lixo zero em Goiânia e diz que aterro “é coisa do passado”
09/05/2025, às 11:36 · Por Redação
Em meio às discussões sobre o novo modelo de concessão dos serviços de saneamento básico em Goiás, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), defendeu uma alternativa radical ao sistema tradicional de aterros sanitários. “Aterro é coisa do passado”, afirmou o gestor ao jornal O Popular, propondo ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a inclusão de uma usina lixo zero nos estudos em andamento. A proposta, segundo ele, é tratar integralmente os resíduos sólidos com reciclagem e geração de energia.
Durante reunião com técnicos do BNDES e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Mabel reforçou sua insatisfação com o atual modelo de regionalização, previsto na Lei Complementar 182/2023, que cria microrregiões e transfere parte da gestão dos resíduos a consórcios regionais. Para ele, essa estrutura retira a autonomia dos municípios. “O prefeito perde o controle. Depois, se a cidade estiver suja, a população vai cobrar do gestor, que nem sabe quem ganhou a licitação. Isso não pode acontecer”, protestou.
A ideia apresentada por Mabel prevê uma estrutura moderna e sustentável. “Você pega o lixo todo, processa ele, recupera aí 60%, 65%, recicla, e o restante queima, faz energia dele, uma queima limpa e de alta temperatura. Faz muita energia, não polui e não tem tratamento de chorume, não tem nada disso”, explicou. O prefeito quer que o sistema também trate o lixo acumulado no atual aterro da capital. “Com o passar dos anos, tira ele todo, faz aproveitamento de lixo, de insumos, e nós vamos ter um lugar limpo e arrumado. Goiânia vai ser precursora nisso daí”, acrescentou.
A expectativa do BNDES é concluir a primeira etapa dos estudos técnicos em janeiro de 2026, com três possibilidades para cada microrregião: concessão integral dos serviços, concessão parcial (apenas etapas como transbordo, transporte e destinação) ou concessão exclusiva da coleta seletiva. A forma de remuneração — por tarifa, contraprestação pública ou ambos — também será definida localmente.
O prefeito destacou que, mesmo com os estudos em curso, Goiânia não pode parar. Ele detalhou investimentos já realizados no aterro sanitário municipal, interditado no fim de abril por determinação judicial.“Compramos maquinário novo, com recursos do senador Vanderlan Cardoso, no valor de R$ 14 milhões. Colocamos balança, melhoramos a geometria do terreno e estamos estruturando tudo para funcionar corretamente”, pontuou. Mabel anunciou também a compra de uma central de tratamento de chorume por R$ 10 milhões. “Ela vai transformar chorume em água destilada. Mesmo que venha um novo modelo, o antigo ainda precisa de cuidados.”
O prefeito criticou ainda a fala do governador Ronaldo Caiado (UB), que na reunião com o BNDES afirmou que “a discussão não tem mais como retroagir”. Mabel rebateu: “Eu tenho falado com o governador que não pode ser assim. A lei foi votada, mas os prefeitos atuais vivem uma realidade diferente. O passado não pode ser imposição para o presente”, concluiu.
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