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Delegacia especializada aponta gravidade do caso e cobra esclarecimentos sobre substância branca lançada em afluente do Córrego Botafogo
Poluição em córrego após show no Serra Dourada será investigada como crime ambiental
08/05/2025, às 09:22 · Por Redação
Um inquérito será instaurado pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema) para investigar a contaminação das águas do Córrego Sumidouro — também conhecido como Córrego Lobó — após moradores registrarem, na tarde desta quarta-feira, 7, uma coloração branca e leitosa no curso d’água que atravessa o Jardim Goiás, em Goiânia. A suspeita é de que a poluição tenha sido causada por um produto químico descartado durante a desmontagem da estrutura de um show sertanejo ocorrido no Estádio Serra Dourada no último sábado, 3.
Segundo o delegado titular da Dema, Luziano de Carvalho, a cena encontrada no local foi alarmante. “Vamos instaurar um inquérito para apurar o que realmente aconteceu. No momento, estou tratando como um crime ambiental grave ocorrido em Goiânia. Há relato, inclusive, de morte de peixes”, afirmou ao O Popular. Ele destacou que, na vistoria, foram encontrados tambores, caixas e recipientes com etiquetas alertando para conteúdo tóxico. “O que vimos lá foram dezenas e dezenas de caixas. Em um primeiro momento, parece se tratar, no mínimo, de um descuido injustificável”.
A substância poluente teria escorrido do estacionamento do estádio, que fica em área mais elevada, até o fundo do vale onde passa o córrego. Imagens registradas por moradores mostra a água esbranquiçada passando sob uma ponte na Viela A, a cerca de 650 metros do local do evento. Nas imagens, é visível o aspecto anormal do córrego, que alimenta o lago do Parque Flamboyant — um dos cartões-postais de Goiânia e situado em uma das regiões mais valorizadas da cidade.
A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) afirmou, em nota, que enviará técnicos ao local para coletar amostras da água. Caso seja comprovado dano ambiental, a agência promete tomar as medidas legais cabíveis. A Polícia Científica também foi acionada para colaborar com as análises periciais.
O delegado Luziano ressaltou que a investigação busca determinar se houve omissão, negligência ou ação intencional por parte dos responsáveis. “Não podemos admitir que a questão ambiental seja desrespeitada de tal forma. É preciso entender que são crimes graves e que geram penas de muitos anos e multas que podem chegar a R$ 50 milhões”.
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