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Mesa diretora tenta conter desgaste político com medidas duras e reforço na segurança após episódio entre procurador Kowalsky Ribeiro e auxiliar de vereador
Câmara de Goiânia se mobiliza para exonerar envolvidos em caso de arma
08/05/2025, às 09:02 · Por Redação
A mesa diretora da Câmara Municipal de Goiânia se reúne na manhã desta quinta-feira, 8, para decidir o futuro do procurador-geral da Casa, Kowalsky Ribeiro, e do chefe de gabinete do vereador Sargento Novandir (MDB), Sergio Dorneles. Ambos estão no centro de um episódio envolvendo supostas ameaças com arma de fogo e, diante da pressão interna, cresce o movimento por exoneração dos dois servidores como forma de “estancar a sangria” que atingiu a imagem do Legislativo.
A crise teve início na última segunda-feira, 5, após uma discussão entre os dois no estacionamento da Câmara. Dorneles afirma que estacionou na vaga de Kowalsky e que, em seguida, o procurador apontou uma arma para o seu peito. Ribeiro nega a acusação e afirma que foi vítima de uma armação motivada por descontentamento do vereador Novandir com uma manifestação da Procuradoria encaminhada ao Ministério Público de Goiás (MP-GO), relacionada a uma investigação sobre a destinação de emendas parlamentares a entidades ligadas ao emedebista.
“Ele foi vítima”, argumenta o vereador Novandir, que resiste à possibilidade de demitir seu auxiliar. Já Kowalsky diz que colocou seu cargo à disposição, mas não pretende pedir demissão por iniciativa própria.
Nos últimos dois dias, interlocutores do presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), tentaram convencer Kowalsky a deixar o cargo voluntariamente. A ausência de Policarpo, que estava em viagem a Belo Horizonte, foi um dos fatores para o adiamento de providências. O retorno do presidente na tarde de quarta-feira coincidiu com o agravamento da crise, especialmente após o procurador-geral solicitar judicialmente medidas protetivas contra o vereador e sua equipe.
Nos bastidores, o entendimento predominante entre vereadores é de que a permanência de ambos os envolvidos se tornou insustentável. “Temos de deixar claro que o Legislativo goianiense tem sua legislação, suas normas e a competência para conter esse tipo de comportamento. Vou defender que haja uma decisão de punição”, afirmou o primeiro vice-presidente da Câmara, Anselmo Pereira (MDB), ao jornal O Popular.
O episódio também reacendeu o debate sobre o porte de armas na Casa. Embora resolução aprovada em 2022 proíba o porte de armas por servidores e vereadores — exceto para agentes de segurança institucional — tanto Kowalsky quanto Novandir continuam frequentando o local armados. A mesa deve anunciar a instalação de detectores de metais para garantir o cumprimento da norma.
O vereador Novandir, que é policial militar, havia resistido à ideia de abrir mão do porte, mas na noite de quarta recuou: “Isso é pequeno perto do caso grave que ocorreu”, afirmou. Na tribuna, no entanto, voltou a adotar tom agressivo, dizendo que comparecerá armado com colete à prova de balas e que apresentará “a ficha corrida” de Kowalsky.
Ele também afirmou que seu chefe de gabinete solicitou formalmente à Polícia Civil a cassação do porte de arma do procurador, concedido pela Polícia Federal em dezembro de 2023 com base em alegações de risco. Novandir ainda solicitou perícia nas imagens das câmeras de segurança e alega que um dos equipamentos que poderia comprovar a ameaça estava desligado no dia.
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