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Goiânia, 02/07/25
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Goiás, Vila Nova e Atlético-GO encerram temporada no vermelho e ilustram impacto do mercado inflacionado no futebol brasileiro

Déficit dos grandes clubes goianos ultrapassa R$ 130 milhões

07/05/2025, às 12:18 · Por Redação

A saúde financeira dos principais clubes goianos entrou em alerta. Goiás, Vila Nova e Atlético-GO terminaram a temporada passada com prejuízos acumulados que somam mais de R$ 130 milhões. A cifra reflete os efeitos de um mercado inflacionado, que tem pressionado as finanças dos clubes em todo o país.

O Goiás Esporte Clube lidera o ranking entre os goianos com um déficit de R$ 69 milhões, agravado pelo rebaixamento à Série B em 2023. Ainda assim, o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Paulo Rogério Pinheiro, defende que os números devem ser interpretados com cautela. “É um número assustador, certo? Eu acho ruim. O Goiás vinha de dois anos de superávit. Quando coloca 69 milhões no futebol, vocês têm que entender que isso não é salário, não. Isso tem viagens, hotel, premiação, encargos trabalhistas, muitas coisas”, explicou.

Ele ainda acrescenta que o problema não está apenas nas despesas, mas na estagnação das receitas. “Eu olho o balanço da forma que não houve incremento de receita. Este ano vai dar déficit? Vai, de novo, bem provável. Mas você pode ter certeza que o incremento de receita está sendo bem maior, mas muito maior que ano passado”, garantiu.

No Vila Nova, o prejuízo registrado foi de R$ 18,8 milhões. Mesmo com uma das menores folhas salariais da Série B e boas campanhas esportivas, o clube enfrenta limitações causadas pela ausência de grandes patrocinadores e dívidas herdadas de administrações passadas.

Já o Atlético-GO, atualmente o único representante goiano na Série A do Campeonato Brasileiro, fechou o balanço de 2023 com déficit de R$ 45 milhões. O presidente do clube, Adson Batista, atribui o rombo a uma decisão estratégica envolvendo os direitos da Liga do Futebol Brasileiro (Libra).

“O déficit é porque a gente ia receber aquele valor da Liga. Como o Atlético-GO pensou no futuro, nós recompramos nosso direito. Então aquele dinheiro, ele não existiu. Ele entrou, mas tem que ser contabilizado porque ele ia entrar esse ano, agora em março. Nós estamos nos nossos limites financeiros, mas com muita responsabilidade, porque entendemos que no futuro será muito positivo isso para o clube”, argumentou.

A situação financeira dos clubes goianos acompanha uma tendência nacional. Mesmo entre os gigantes do futebol brasileiro, poucos encerraram a última temporada com superávit. Entre os exemplos positivos estão o Palmeiras, com lucro de R$ 198 milhões; o Grêmio, com R$ 43,6 milhões; e o Atlético-MG, com R$ 6 milhões. Na outra ponta, o São Paulo lidera os déficits nacionais, com um rombo de R$ 287,6 milhões.


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