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Goiânia, 01/05/25
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Silvia Barros havia bloqueado Valdinez nos aplicativos de mensagens desde fevereiro e orientado colegas de trabalho para evitar contato

Silvia pediu que ex-marido não tivesse acesso a ela antes de ser morta em atacadista

26/04/2025, às 08:49 · Por Redação

Antes de ser assassinada a tiros no atacadista onde trabalhava, em Goiânia, Silvia Barros Marinho, de 61 anos, já havia deixado claro a colegas de trabalho que não queria contato com o ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, de 62 anos. A informação foi confirmada pela delegada Ana Elisa Gomes, que investiga o caso. "Ela já tinha, inclusive, falado com algumas pessoas do estabelecimento comercial em que trabalhava que não queria que ele tivesse acesso a ela. Para ela não ser chamada", relatou a delegada à imprensa nesta sexta-feira, 25.

De acordo com as investigações, Silvia havia bloqueado Valdinez em seus aplicativos de mensagens desde fevereiro, numa tentativa de cortar qualquer tipo de comunicação. Apesar disso, os dois se encontraram na quinta-feira, 24, quando a vítima estava na portaria do atacadista e o ex-marido a abordou.

Testemunhas relataram que o homem chegou a ameaçar Silvia antes de atirar. Segundo informações da TV Anhanguera, uma pessoa ouviu Valdinez dizer: "Você achou que era brincadeira, né? Então, olha a brincadeira aqui", pouco antes de efetuar os disparos.

Imagens de câmeras de segurança mostram que Silvia e Valdinez conversaram por cerca de cinco minutos na entrada do estabelecimento. Após o diálogo, Valdinez se afastou em direção ao estacionamento. Não é possível afirmar pelas imagens se ele já estava armado ou se foi buscar a arma. Pouco tempo depois, ele retornou e atirou contra a ex-companheira, que havia saído da portaria e caminhava por um corredor interno.

De acordo com a polícia, Valdinez disparou quatro vezes, atingindo Silvia duas vezes. Em seguida, tirou a própria vida no local. Os dois haviam vivido juntos por 36 anos e estavam separados há aproximadamente quatro meses. No momento do ataque, Silvia conversava com uma colega de trabalho, que não foi ferida.

O delegado Carlos Alfama, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), informou que não havia registro de episódios anteriores de violência doméstica ou medidas protetivas contra Valdinez. "Apuramos que ele não aceitava o fim do relacionamento", disse o delegado.

Ainda segundo a polícia, a pistola usada no crime não pertencia ao autor e o proprietário da arma já foi identificado e deverá ser ouvido nos próximos dias. Silvia e Valdinez foram velados juntos, em cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira, 25, no Cemitério Vale do Cerrado, em Goiânia, conforme informado pela família nas redes sociais.


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