Goiânia supera média nacional em drenagem urbana

Apesar de ainda conviver com alagamentos durante o período chuvoso, Goiânia se destacou positivamente no Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao superar a média nacional em termos de infraestrutura de drenagem urbana. A capital goiana registrou que 62,9% dos seus moradores vivem em vias com bueiros ou bocas de lobo, enquanto a média brasileira ficou em 53,7%. Em contrapartida, o estado de Goiás como um todo ainda amarga índices abaixo do nacional: apenas 36,1% da população goiana reside em locais com esse tipo de estrutura.

A disparidade interna entre municípios goianos é evidente. Enquanto Goiânia figura como a segunda cidade do estado com maior cobertura de drenagem urbana, perdendo apenas para Alto Horizonte (93,47%), Planaltina amarga a última colocação entre todas as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes: apenas 6% dos moradores têm acesso a vias com drenagem adequada.

Mesmo com o índice relativamente alto, Goiânia segue enfrentando sérios desafios. De acordo com levantamento da Defesa Civil realizado em janeiro deste ano, a capital contabiliza 126 pontos de alagamento, número 27,7% maior que o registrado em 2023, quando havia 99 áreas mapeadas com esse tipo de ocorrência. As regiões classificadas como áreas de risco também aumentaram: saltaram de 30 em 2023 para 33 neste ano, um crescimento de 10%.

A Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) tem instalado placas de alerta em pontos críticos para orientar motoristas sobre os riscos de transitar durante chuvas fortes. A medida é uma tentativa de mitigar os danos provocados pela insuficiência do sistema de drenagem, que, embora presente em muitas vias, não garante eficiência diante do volume das precipitações.

Os dados do IBGE ainda mostram que os estados com melhores indicadores de drenagem urbana são Santa Catarina (85,2%), Paraná (83,4%) e Rio de Janeiro (76,7%). Apesar da colocação modesta de Goiás no ranking nacional, o estado apresentou evolução significativa em relação ao último Censo, realizado em 2010, quando apenas 23,4% dos moradores viviam em locais com bueiros ou bocas de lobo.

Ao jornal Opção, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana de Goiânia destacou que vem atuando em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) na elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana, com o objetivo de tornar Goiânia referência nacional em planejamento e execução de políticas públicas de infraestrutura urbana.

“A atual gestão municipal trabalha para que Goiânia seja referência nacional. Em relação ao índice de bueiros ou bocas de lobo do IBGE, a gestão municipal trabalha em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) no desenvolvimento do Plano Diretor de Drenagem Urbana, que vai subsidiar o planejamento para a drenagem da cidade", afirmou a pasta.

Ainda segundo a secretaria, nos primeiros cem dias da atual gestão, foram retiradas 17 mil toneladas de resíduos de bocas de lobo e bueiros. Além disso, foram criados oito novos pontos para descarte de entulhos e recolhidas 419 mil toneladas de resíduos sólidos em diferentes regiões da capital, medidas que visam minimizar o entupimento desses equipamentos e reduzir os riscos de enchentes.

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