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Goiânia, 01/05/25
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Roberval Crecêncio também deverá indenizar família da vítima em R$ 150 mil por danos morais

Policial Militar é condenado a 12 anos de prisão por matar entregador em Itumbiara

17/04/2025, às 09:13 · Por Redação

O policial militar Roberval Crecêncio de Jesus foi condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato do entregador Lucas Marcelino Botelho, ocorrido em março de 2024, em Itumbiara, sul de Goiás. A decisão foi proferida por júri popular e homologada pelo juiz Vinícius de Castro Borges. Além da pena de reclusão, o condenado terá que pagar R$ 150 mil aos herdeiros da vítima, a título de reparação por danos morais.

O crime aconteceu na madrugada do dia 13 de março, em frente a uma distribuidora. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), Roberval matou Lucas utilizando um recurso que dificultou a defesa da vítima e ainda colocou em risco a vida de terceiros ao efetuar disparo de arma de fogo em local público.

Segundo as investigações, o policial, que estava fora de serviço, abordou um adolescente que conduzia uma motocicleta e ameaçou apreender o veículo. Ao perceber a discussão, Lucas tentou retirar sua moto do local, mas foi impedido por Roberval, que puxou o veículo enquanto o jovem tentava empurrá-lo, o que resultou na queda da motocicleta. Nesse momento, os dois entraram em luta corporal, e o policial efetuou o disparo que atingiu Lucas.

Um vídeo da ocorrência, que circulou nas redes sociais, mostra o momento em que o disparo é realizado durante a briga física. Ainda de acordo com o MP-GO, Roberval também ameaçou verbalmente Wellington Mota Neto, uma testemunha que presenciou os fatos.

Na sentença, o juiz destacou que a conduta do réu foi agravada por sua condição de agente da segurança pública. “A posição de policial militar exige discernimento, prudência e respeito à integridade física de terceiros, mesmo fora do horário de serviço”, pontuou Vinícius de Castro Borges. O magistrado também ressaltou que o PM deveria ter seguido o Procedimento Operacional Padrão (POP), que prevê avaliação de risco antes de qualquer abordagem — o que não foi feito no caso.

A Polícia Militar de Goiás informou ao jornal O Popular que instaurou procedimento administrativo disciplinar contra o policial e determinou seu afastamento das funções logo após o crime.


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