PL desiste de recorrer ao TSE contra Caiado e Mabel

A direção estadual do Partido Liberal (PL) decidiu não seguir adiante, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o recurso contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) que reverteu a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado (UB) e do prefeito de Aparecida de Goiânia, Sandro Mabel (UB). A sentença que havia penalizado os dois políticos foi inicialmente proposta pelo próprio PL, legenda ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

A decisão de recuar não representa exatamente um movimento de composição política entre as alas da direita goiana, mas está sendo interpretada como uma trégua estratégica. O gesto reduz a tensão entre a base bolsonarista e os aliados do governador, que demonstraram força e coesão na defesa jurídica dos mandatários.

No último dia 8 de abril, o TRE-GO acatou recurso apresentado pelas defesas de Caiado e Mabel, derrubando a sentença anterior da juíza Maria Umbelina Zorzetti. A magistrada havia considerado procedente a acusação do PL, que apontava uso indevido da máquina pública no segundo turno das eleições municipais, quando o governador teria promovido duas reuniões políticas no Palácio das Esmeraldas com vereadores e suplentes, em apoio à candidatura de Mabel.

Apesar da constatação de conduta vedada — conforme previsto no artigo 73 da Lei 9.504/97 —, o colegiado do TRE avaliou que os encontros não configuraram gravidade suficiente para justificar a cassação ou inelegibilidade. A infração foi classificada como moderada, passível apenas de sanção pecuniária.

Logo após a decisão do TRE-GO, integrantes do PL chegaram a anunciar a intenção de recorrer, buscando restabelecer a sentença original. No entanto, a cúpula do partido mudou de posição nos últimos dias e optou por não judicializar a disputa.

A leitura política do gesto é de que o PL buscou evitar o prolongamento de um embate interno dentro da própria direita goiana, onde disputas por espaço e protagonismo se intensificaram nos últimos anos. A desistência da ação marca uma pausa nesse confronto, ainda que sem sinalizações claras de reaproximação entre Caiado e o núcleo bolsonarista.

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