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Goiânia, 01/05/25
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Marco Antônio Maia recebeu mensagem e denunciou à Polícia Civil de Goiás

"É só a ponta do iceberg", revela dirigente do Goianésia que denunciou manipulação de resultados

10/04/2025, às 09:51 · Por Redação

Autor da denúncia que deu início à Operação Jogada Marcada, da Polícia Civil de Goiás (PC-GO), que investiga manipulação de resultados no futebol, o delegado Marco Antônio Maia, atual presidente do Conselho Deliberativo do Goianésia e presidente executivo do clube na época em que denunciou, detalhou como agiu desde o início e afirmou que a situação é preocupante.

"Uma das formas de coibir é pelo menos botar medo, que as pessoas não podem fazer qualquer coisa senão vão presas. Essa ação (investigação) é a pontinha do iceberg, vai pegar mais gente. Não é um país sem lei. Pode demorar um pouco, mas vão responder por isso. Tenho certeza que vai ter fase 1, 2, 3, e vamos conseguir, tentar pelo menos, moralizar um pouco o futebol brasileiro", disse Marco Antônio Maia. Nesta quarta-feira (9), a PC-GO deflagrou operação para investigar uma organização criminosa especializada na manipulação de resultados em partidas de futebol. Segundo a apuração, as fraudes já movimentaram cerca de R$ 11 milhões, inclusive por meio de plataformas de apostas.

A investigação envolve jogadores, treinadores e dirigentes de times. A ação cumpriu 16 medidas judiciais, entre mandados de prisão e de busca e apreensão. Os policiais atuaram em seis estados brasileiros. Seis pessoas foram presas: dois aliciadores, um ex-jogador, um árbitro (D'Guerro Xavier, da Paraíba), um ex-presidente de clube (Ivan Barros, do Crato-CE) e um financiador. Tudo começou em fevereiro de 2023, quando Marco Antônio Maia, na época presidente executivo do Goianésia, foi procurado por um apostador, que ofereceu R$ 500 mil reais ao dirigente após pegar o contato dele no site da Federação Goiana de Futebol (FGF). Em entrevista ao POPULAR , o dirigente e policial explicou que essas manipulações propostas a ele poderiam chegar ao valor de R$ 1 milhão e que variavam entre números de cartões para jogadores, resultados das partidas (vitória, empate ou derrota) e número de gols. "Imediatamente, eu procurei a direção da PC-GO. Como eu era presidente de um clube e delegado, para dar total transparência às investigações e imparcialidade, optei por não dar continuidade às investigações e repassar para a delegacia. Fui ouvido como testemunha, fiz a ocorrência e juntei todo o material que tinha", descreveu Marco Antônio.


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