Vanderlan defende anistia a presos do 8 de janeiro e critica penas "exageradas"

O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) manifestou apoio à proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, em Brasília, e criticou o que chamou de exagero nas penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Eu defendo a anistia e tenho amigos que até pouco tempo atrás estavam presos", afirmou o parlamentar, em referência a nomes ligados a Goiás que foram alvos das ações judiciais após os ataques aos prédios dos Três Poderes.

A fala de Vanderlan ocorre em meio ao aumento da tensão entre o Judiciário e o Congresso. Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes determinou o retorno de uma investigação contra o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ao Supremo — medida vista como um recado ao partido, que estuda apoiar a anistia em discussão no Legislativo. Para o senador goiano, no entanto, a proposta "tem que ser aprovada", independentemente de pressões externas.

Ele citou como exemplo o caso do empresário Mário Furacão, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Rio Verde, que ficou preso por quase dois anos até obter prisão domiciliar por razões de saúde. “Foi preso e ficou incomunicável em Rio Verde. Eu conheço o Mário, amigos que conhecem ele, e isso não pode. Eu cheguei a procurar o ministro Alexandre de Moraes para falar sobre o Mário”, relatou ao jornal Opção.

Vanderlan também criticou diretamente a dosimetria das penas aplicadas. "Não estou aqui defendendo quem realmente quebrou, depredou, fez bagunça. Mas as penas estão sendo muito duras", avaliou. Um dos casos mencionados foi o de Débora Rodrigues, condenada a 14 anos de prisão por pichações na estátua da Justiça. “A população está revoltada com essas condenações, seja de esquerda, direita ou centro”, reforçou. Para ele, seria necessário “escalonar” os casos, punindo com mais rigor apenas os que tiveram conduta comprovadamente violenta.

RRF e Propag
O senador também abordou temas da política econômica goiana, ao comentar a situação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e o Programa de Pleno Ajuste Fiscal de Goiás (Propag), que está em fase de regulamentação. Vanderlan disse que o RRF foi fundamental para garantir estabilidade à gestão de Ronaldo Caiado (União Brasil) e defendeu celeridade na adesão ao Propag. “Fomos relator do projeto que viabilizou o RRF. Agora, conversando com o governador Ronaldo Caiado, eu disse que estamos perdendo o timing. O Propag é a solução, não só para o fim deste mandato, mas para o futuro do vice Daniel Vilela e dos goianos”, alertou.

A Secretaria da Economia, por meio do titular da pasta, Sérvulo Freire, afirmou que a adesão ao Propag depende da votação de vetos presidenciais e da publicação do decreto que regulamentará a nova etapa do regime fiscal. “Sendo otimista, o processo pode ser finalizado até dezembro. Num cenário mais conservador, talvez apenas em 2026”, explicou durante apresentação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).

Caiado, por sua vez, já sinalizou positivamente à adesão assim que o marco legal estiver consolidado. A expectativa é que, com o novo regime, o Estado possa reestruturar parte de sua dívida pública com maior flexibilidade e capacidade de investimento.

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