Coluna do Pablo Kossa: Ronaldo Caiado colocou o bloco na rua

Ronaldo Caiado colocou seu bloco na rua. Em Salvador, lançou sua pré-candidatura à presidência da República. O caminho até agosto do ano que vem, prazo para a homologação definitiva de seu nome pelo União Brasil na convenção partidária, será longo e cheio de obstáculos. Experiente que é, ele sabe disso. Mas não se completa uma maratona sem os primeiros passos. E estes foram dados hoje.

São dois os desafios de Caiado: se tornar conhecido e transformar essa taxa de conhecimento em intenção de voto. Viajar o país é fundamental para que a população de outros estados saiba da existência do goiano. Em ato contínuo, como nome de oposição ao atual governo, é preciso que a mensagem do governador sensibilize o eleitor insatisfeito com Lula.

Levantam o racha do União Brasil (UB) como um grande empecilho. Sem dúvidas é um problema. Outros dizem que ficaria ainda mais complexo caso o partido estabeleça a federação com o PP. Tenho minhas dúvidas se isso agravaria mesmo a situação de Caiado.

A ala bolsonarista do UB está doida para pular dentro do barco do governador. A do PP, nem tanto. Nos bastidores, dizem que é preciso que ele se viabilize. Traduzindo do “politiquês” pra algo bem prático: gerar expectativa de poder. Ou seja, se atingir dois dígitos nas pesquisas, está viabilizado. Assim Caiado ficaria competitivo e o PP, se federado, não teria força para segurar a candidatura, até por ser a parte mais fraca.

É fácil atingir tal marca? Não mesmo. A essa altura nas eleições de 2022, Sergio Moro, Henrique Mandetta, João Doria, Eduardo Leite e tantos outros estavam na briga. E não chegaram nas urnas. Não se viabilizaram.

O funil é estreito. Mas só passa por ele quem se dispõe a entrar na briga. Caiado topou. Os dados foram lançados. 

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