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Senadores Jorge Kajuru e Wilder Morais não reconhecem votação que elegeu José Nelto, e disputa segue indefinida
Impasse na bancada goiana: falta de assinaturas invalida eleição de coordenador
14/03/2025, às 10:58 · Por Redação
A eleição para a coordenação da bancada goiana no Congresso Nacional foi invalidada após os senadores Jorge Kajuru (PSB) e Wilder Morais (PL) se recusarem a assinar a ata da votação. O impasse, que chegou à Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta quinta-feira, 13, impede a oficialização do deputado federal José Nelto (UB) como novo coordenador. Ele havia vencido a ex-coordenadora Flávia Morais (PDT) por 7 votos a 6 em uma reunião realizada na última terça-feira, 11.
De acordo com as regras da CMO, para que a eleição seja validada, a ata precisa contar com a assinatura da maioria dos deputados federais e dos senadores da bancada. O documento foi protocolado com o apoio de 14 dos 17 deputados, mas entre os senadores, apenas Vanderlan Cardoso (PSD) assinou. Com isso, a eleição não foi reconhecida oficialmente, e a bancada segue sem coordenação.
Ao jornal O Popular, o senador Jorge Kajuru fez a contestação ao processo e diz ter formalizado sua posição junto à CMO. "A referida ata não terá a minha assinatura de aprovação e espero que os meus pares, que tiveram a mesma restrição de votos dentro deste parlamento, também não assinem ou retirem as suas assinaturas", declarou.
A principal queixa de Kajuru é a desconsideração dos votos enviados por ofício – incluindo os dele, de Wilder Morais e das deputadas federais Lêda Borges (PSDB) e Marussa Boldrin (MDB). Se essas manifestações fossem contabilizadas, Flávia Morais teria vencido a eleição por 11 votos a 7. "Repudio o resultado armado", afirmou Kajuru, defendendo um novo pleito que respeite os votos de todos os parlamentares da bancada.
Já Wilder Morais justificou sua recusa em assinar a ata por discordar dos procedimentos adotados na escolha do novo coordenador. Em seu ofício à CMO, ele afirmou que o resultado não contou com o apoio da maioria absoluta dos membros.
Lêda Borges também criticou o processo e defendeu a realização de uma nova eleição, com regras mais claras. "É preciso definir o prazo para inscrição de candidatos a coordenador e se a votação vai ser secreta ou apenas presencial. Faltaram critérios prévios para que houvesse uma eleição tranquila", argumentou a deputada.
Reação
Diante da resistência à sua eleição, José Nelto reagiu e acusou sua antecessora, Flávia Morais, de tentar reverter o resultado no tapetão. "Isso é articulação da Flávia Morais, que foi derrotada e quer dar um golpe. Eu fui eleito democraticamente e com as regras definidas por votação entre todos os presentes na reunião", disse.
Apesar do impasse, Nelto garantiu que buscará convencer Kajuru e Wilder a assinarem a ata para validar sua eleição. "Eu vou trabalhar para buscar as assinaturas e vou conversar com o Kajuru e com o Wilder também, que tinha assinado a ata e depois mudou de ideia. Não vou aceitar golpe", afirmou.
Sobre a possibilidade de uma nova eleição, Nelto disse: "De jeito nenhum. Nem pensar. Eu fui eleito e não aceito golpe". A ex-coordenadora Flávia Morais não comentou sobre o caso.
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