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Setor de serviços registrou novamente um ritmo mais acelerado do que o restante do País, embora o desempenho das vendas do comércio ampliado

Puxado pela agropecuária, PIB de Goiás cresce 2,6% no 3º trimestre

18/12/2019, às 10:29 · Por Pedro Lopes

O forte crescimento da agropecuária puxou o Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás para cima, bem acima da média nacional. Nos cálculos do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), o PIB goiano teria avançado 2,6% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2018, saindo de uma variação revisada de 2,7% no segundo trimestre (a previsão anterior, divulgada em setembro, havia considerado uma variação de 2,4%). Em todo o País, o PIB apresentou variação de 1,2% no trimestre encerrado em setembro deste ano, igualmente em relação a igual intervalo do ano passado.

Da mesma forma, o setor de serviços registrou novamente um ritmo mais acelerado do que o restante do País, embora o desempenho das vendas do comércio ampliado (que inclui todo o varejo convencional e ainda concessionárias de veículos, motos e autopeças, além de lojas de materiais de construção) tenha deixado a desejar. O incremento neste setor específico ficou bem abaixo da média do varejo na soma dos demais Estados.

Para 2018, com a inclusão de dados mais atuais sobre a produção agrícola e pecuária, detalhados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na versão divulgada ainda em setembro, o IMB projetava variação de 0,6% para o PIB goiano no ano passado, estimativa ampliada para 1,5% no informe técnico divulgado ontem pelo órgão estadual. Novamente, a “ajuda” veio da agropecuária, que teve saiu de uma previsão de queda de 2,1% para uma taxa positiva de 0,7%, e do setor de serviços (que saiu de variação positiva de 1,5% para crescimento de 2,6%).

Perdas e ganhos

O ritmo da atividade no setor agropecuário, segundo o IMB, foi sustentado principalmente pelo milho e pela cana, que registraram incremento respectivamente de 29,9% e de 4,2% na produção, diante de baixa de 5,5% nos volumes colhidos pelos produtores de soja. Conforme números do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor bruto somado da produção de milho e da cana corresponde a 25,26% da “receita bruta” da agropecuária goiana, enquanto a soja, isoladamente, responde por 25,23% do total.

Neste caso, as perdas de um lado podem ter sido compensadas por ganhos no milho e na cana. O informe do IMB não relaciona os números da pecuária, que vem tendo bom desempenho neste ano, puxada, até aqui, pelo setor de frangos, mas com perspectiva de melhoras também para a pecuária bovina. O valor da produção de bovinos, do frango e do leite representa, em conjunto, 31,9% da “renda bruta” no campo (novamente de acordo com o Mapa). As contas do ministério apontam elevação real de 3,5% para o valor bruto do campo em Goiás neste ano, com avanço de 2,1% para as lavouras e alta de 6,2% para a pecuária.

Balanço

Os resultados da indústria em geral no terceiro trimestre, aponta ainda o IMB, têm sido influenciados, “em sua maior parte, pela indústria de transformação, que tem crescido ao longo do ano, revertendo a tendência de queda ocorrida no ano de 2018”. O PIB da indústria goiana, na verdade, sofreu desaceleração na passagem do segundo para o terceiro trimestres, saindo de um crescimento de 2,1% para uma variação de 1,2%, sempre em relação aos mesmos períodos de 2018.

No terceiro trimestre, a produção no setor de transformação cresceu 1,1% frente a idêntico intervalo do ano passado, creditado pelo IMB, “em grande medida, ao desempenho dos segmentos de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (45,2%) e fabricação de outros produtos químicos (14,4%)”. No primeiro setor, o salto veio depois de uma série de resultados fortemente negativos, que levou as maquiladoras de veículos instaladas em Goiás a acumular perdas de 54,6% em relação aos níveis médios da produção realizada em 2012.

No segmento de outros produtos químicos, os avanços estão diretamente relacionados à agropecuária, influenciados pela alta na produção de adubos e fertilizantes, que até setembro acumulavam incremento de 6,2% frente aos primeiros nove meses de 2018 (mas apresentavam variação de apenas 0,3% nos 12 meses encerrados em setembro, demonstrando que a indústria do setor também vem se recuperando de uma fase de perdas expressivas).

A indústria de alimentos, que representava 44,1% do valor da transformação industrial até 2017 (dado mais recente divulgado pelo IBGE), anotou redução de 1,9% na produção durante o terceiro trimestre deste ano, influenciado pelo tombo de 4,2% registrado em setembro (na comparação com igual mês de 2018). O peso do setor de fabricação de produtos alimentícios na composição do valor da transformação da indústria em geral, no Estado, supera de longe a fatia somada dos setores de veículos e de outros produtos químicos, que se aproximava de 8,52% na medição feita em 2017 pelo IBGE.

O PIB dos serviços em Goiás cresceu 1,8% no terceiro trimestre, superando a média brasileira (mais 1,0% no mesmo período). Mas as vendas do comércio ampliado, que representa uma fatia relevante do setor de serviços, cresceram 2,8% no Estado (ainda no terceiro trimestre), diante de 4,4% para todo o setor no País. 



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