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Dono da Prime Construções, José Francisco Alves Pereira, se apresentou ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado do DF e cumpre prisão temporária; investigação aponta desvios milionários em contratos públicos
Empresário suspeito de fraude na Goinfra se entrega à polícia
04/02/2025, às 09:18 · Por Redação
O empresário José Francisco Alves Pereira, proprietário da Prime Construções e suspeito de envolvimento em um esquema de fraude milionária na Agência Goiana de Infraestrutura e Obras (Goinfra), se apresentou nesta segunda-feira, 3, ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF). Segundo seu advogado, Alexandre Lourenço, disse ao jornal O Popular, ele está preso para cumprir a prisão temporária. “Ele se encontra à disposição do delegado, que investiga sua participação no contexto do contrato realizado em Goiás e demais esclarecimentos necessários”, declarou Lourenço. A defesa afirmou ainda confiar na lisura da investigação e no direito ao contraditório.
O caso veio à tona com a Operação Obra Simulada, que investiga fraudes em contratos da Goinfra com a Prime Construções para manutenção de prédios públicos nos anos de 2023 e 2024. A Polícia Civil apura o desvio de aproximadamente R$ 10,4 milhões. No último dia 28 de janeiro, foram presos o ex-presidente da Goinfra, Lucas Vissotto, e os ex-servidores Thiago Carim Bucker, Gabriel Tertuliano, Vitor Andrisani Berquó e Adriano Mendes Ribeiro. Já o empresário Marcus Emmanoel Chaves Vieira, administrador da Prime Construções, se entregou em 30 de janeiro.
A defesa de Lucas e Thiago reiterou que ambos sempre estiveram à disposição das autoridades e colaboram com a investigação. “Em depoimento na última semana, eles apresentaram fatos e provas necessários para evidenciar de forma inequívoca a inocência deles”, afirmou o advogado Marcelo Di Rezende. Já o advogado Alexandre Lourenço, que também representa Marcus Emmanoel, afirmou que ele já prestou depoimento e continuará colaborando com as investigações.
O Governo de Goiás, por meio de nota, afirmou que as suspeitas foram levantadas por seus próprios sistemas internos de controle e imediatamente comunicadas às autoridades competentes. “O Governo de Goiás colaborou e seguirá colaborando ativamente com as investigações, de forma que os fatos sejam devidamente apurados e, uma vez comprovadas as irregularidades, todos os envolvidos sejam punidos com rigor”, declarou.
As irregularidades foram detectadas por meio de auditorias da Controladoria Geral do Estado (CGE), da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) e da Gerência Estratégica da Polícia Civil na Seinfra. Os relatórios apontaram pagamentos antecipados à empresa sem que as obras ou serviços fossem realizados de forma compatível com os valores pagos. Também há indícios de superfaturamento e fraudes em medições e atestos de notas fiscais.
Investigação
A investigação revelou que o contrato firmado com a Prime Construções passou por alterações que ampliaram seu escopo para incluir obras e serviços de engenharia, permitindo aumentos indevidos nos valores contratados. Em alguns casos, estruturas foram demolidas apenas para justificar a emissão de notas fiscais e viabilizar pagamentos irregulares. Além disso, há suspeitas de lavagem de dinheiro, com desvios para empresas ligadas a familiares e amigos de um sócio oculto da Prime Construções. Também foram identificados diversos saques em espécie logo após os pagamentos suspeitos efetuados pela Goinfra.
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