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Chloe Leão, mulher trans, publicou um vídeo em seu perfil no Instagram relatando a insistência de uma atendente da lanchonete Biscoitos Pereira em tratá-la no gênero masculino
Mulher trans denuncia atendente por insistir em tratá-la como homem em Goiânia
19/01/2025, às 09:25 · Por Redação
Um episódio de transfobia registrado em Goiânia ganhou destaque nas redes sociais após Chloe Leão, mulher trans, publicar um vídeo em seu perfil no Instagram relatando a insistência de uma atendente da lanchonete Biscoitos Pereira em tratá-la no gênero masculino. O caso aconteceu na unidade do Alto da Glória e gerou ampla repercussão.
Chloe contou que alertou a funcionária sobre o uso inadequado dos pronomes, mas a situação não foi corrigida. “Povo fala que é porque ela é uma senhora e tudo mais… mas gente, ela tem capacidade de trabalhar, se não ela não estaria aqui. Ela tem sanidade mental, então ela sabe. Ainda chamei ela, conversei com ela e ela continuou. É um preconceito enraizado. Até quando eu vou aceitar que as pessoas fiquem com preconceito comigo? Pode ficar, beleza, mas vai responder pelo que fez. Eu vou sair de casa para ser violentada?”, questionou.
A mulher trans ainda destacou como episódios de desrespeito são comuns na rotina de pessoas trans. “E o que mais me dói é saber que as meninas trans passam isso todos os dias. Isso que vocês estão vendo não é nem um terço do que a gente passa”, desabafou.
Em resposta à repercussão do caso, o Biscoitos Pereira emitiu uma nota reconhecendo que a colaboradora utilizou pronomes inadequados, mas afirmou que o erro não foi intencional. “Assim que percebeu o equívoco, pediu desculpas imediatamente, demonstrando respeito e atenção à situação. No entanto, lamentamos que, mesmo após o pedido de desculpas, a colaboradora tenha sido exposta de forma injusta e desproporcional nas redes sociais, enfrentando constrangimento público”, declarou a empresa.
A nota também ressaltou o compromisso da marca com a diversidade e informou que está promovendo ações internas para evitar novas ocorrências. “Estamos reforçando a capacitação de toda a nossa equipe, por meio de treinamentos que abordem questões de respeito, empatia e acolhimento, garantindo que todos os clientes se sintam valorizados e respeitados.”
Por fim, a empresa defendeu a necessidade de lidar com situações como esta por meio do diálogo e não de exposições públicas que possam causar constrangimentos. “Todos os nossos colaboradores têm o compromisso de servir com respeito e carinho, e merecem o mesmo tratamento.”
O episódio reabriu discussões sobre a importância do respeito à identidade de gênero e da capacitação de equipes para lidar com questões de diversidade. Nas redes sociais, o caso dividiu opiniões, mas a maior parte dos comentários destacou a necessidade de ações concretas para evitar o desrespeito às pessoas trans.
Chloe Leão encerrou seu relato pedindo mais empatia e conscientização: “Não é só sobre mim, é sobre toda uma comunidade que quer ser tratada com dignidade. Isso precisa mudar”.
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